terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O "cara" da música de Roberto é um chato, dizem especialistas


Roberto Carlos está novamente no topo das paradas de sucesso, ultrapassando, inclusive, a mítica marca de um milhão de discos vendidos, o que não acontecia com o cantor há mais de dez anos.
A responsável pelo sucesso é a ultrarromântica “Esse Cara Sou Eu”. Primeiro lugar em vendas na loja virtual iTunes, a canção tem seu êxito potencializado pela participação na trilha sonora da novela global "Salve Jorge" , onde embala as intensas cenas de amor dos protagonistas Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa).
A música descreve os sentimentos de um homem apaixonado que idolatra sua amada, como deixa claro o trecho inicial (veja vídeo com a letra abaixo): “O cara que pensa em você toda hora. Que conta os segundos se você demora. Que está todo o tempo querendo te ver. Porque já não sabe ficar sem você”. Ao mesmo tempo em que faz sucesso nas rádios e na TV, a música gerou piadas nas redes sociais. Em paródias no Facebook, internautas postaram mensagens que diziam que o tal “cara” não é romântico, mas um chato, inseguro e dependente da parceira. Piada ou não, a brincadeira levanta a pergunta: o homem descrito na música “Esse Cara Sou Eu” agrada ou afugenta as mulheres? Ao falar da sua intenção ao compor a canção no dominical “Fantástico”, na TV Globo, Roberto disse que esse homem é, sim, o ideal feminino.
“Essa música eu fiz para falar do cara que toda mulher gostaria de ter. E do cara que eu tento ser”, contou o mais popular dos cantores brasileiros. No mesmo programa, Rodrigo Lombardi concordou com o cantor, revelando que se identifica totalmente com o homem de “Esse Cara Sou Eu”, elegendo como seu trecho favorito da música o verso: “É aquele que no meio da noite te chama para dizer que te ama”. Durante um show recente de Roberto, Rodrigo não conteve as lágrimas e chorou copiosamente. "Virando um chato" No entanto, Lana Harari, psicóloga e terapeuta de casais, pondera que a maioria das mulheres só se encanta por um homem assim durante um período do relacionamento. “No início ou no auge da paixão, é possível um parceiro que dê tantas demonstrações derramadas do seu amor agradar. Mas depois isso pode acabar cansando a mulher. Ele acaba virando mesmo um chato”, analisa. Quando este comportamento ultrapassa o estágio da paixão, a relação pode acabar entrando num terreno perigoso, de acordo com a psicanalista Luciana Saddi, autora do livro “Perpétuo Socorro” (Jaboticaba), que aborda uma crise amorosa. “O exagero da demanda pode acabar resultando em violência. Alguém que passa o tempo todo pensando na mulher exige dela o mesmo comportamento. Ele fica insatisfeito quando ela não dá esse retorno”, pondera. “A paixão se transforma em perseguição”.
Discurso x prática Luciana enxerga traços de imaturidade nesse tipo de homem. “Um indivíduo assim pode ser comparado a um bebê vivendo a fantasia aterrorizante de perder a mãe. Ele é dependente da parceira, sua existência depende dela”, avalia a psicanalista. Outro problema acontece quando esse amor todo fica só no discurso e não se mostra na prática. “Do que adianta o cara dizer que te ama a cada cinco minutos, se ele se recusa a buscar o filho no colégio quando você precisa ficar até mais tarde no trabalho?”, exemplifica Lana. “Em uma relação duradoura, o apreço também deve ser demostrado por gestos e ações, e não só com palavras”, completa a psicóloga. Para Luciana, os relacionamentos reais ficam longe dessa versão idealizada de amor da música de Roberto. “É uma ideia de que o casamento vai dar tudo o que você precisa.
Mas os casamentos são insatisfatórios, porque é impossível atender todas as demandas do outro. E isso não é um problema, mas uma realidade”, pontua a psicanalista. “Muitas mulheres desperdiçam a chance de ser feliz com um homem legal porque ficam esperando esse cara que dê conta de tudo”, alerta psicanalista. “O risco é que esse cara pode acabar nunca chegando”, finaliza Luciana.
delas.ig.com.br
Blog rafaelrag com Cristiano Alves

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