ADENDO DO BLOG RAFAELRAG. O SERTANEJO PRECISA DE MAIS APOIO DO GOVERNO PARA AMENIZAR O SOFRIMENTO, POR EXEMPLO, CONSTRUINDO CISTERNAS EM CADA RESIDÊNCIA. ESTÁ SE APROXIMANDO DO PERÍODO DE CHUVAS NA REGIÃO, QUE INICIARÁ EM DEZEMBRO E VAI ATÉ O MÊS DE MARÇO.
A
escassez de água nas zonas rurais de municípios do Sertão da Paraíba já
chegou ao ponto de agricultores terem que pegar água a até 60
quilômetros de suas casas. A situação está sendo vivida em zonas rurais
do município de Catolé do Rocha (na região do Alto Sertão, distante 427
quilômetros de João Pessoa) e com uma população de 27,9 mil habitantes.
A situação da falta dágua penaliza principalmente os rebanhos que
estão sendo dizimados. Ranisran Gomes calculou que estão morrendo cerca
de 80 animais por mês por causa da falta de água e pasto na região de
Catolé do Rocha que comprende 19 municípios.
No município de Itaporanga, no Vale do Piancó, também no Sertão do
Estado, a previsão do secretário de Agricultura do município, Sebastião
Rodrigues, é de que o açude que abastece a cidade, o Cachoeira dos
Alves, que possui capacidade para acumular 10 milhões e 611 mil metros
cúbicos de água, está com 3 milhões 953 mil metros cúbicos. Ou seja, 37 %
da capacidade. Ele calcula que o açude só possa continuar abastecendo a
zona urbana do município até o fim deste ano. “Se não chover para
acumular água no manancial, a cidade de Itaporanga pode sofrer um
colapso no abastecimento já a partir do início do ano que vem”, disse.
De acordo com dados da Agência Estadual da Águas, quase 70 por cento
dos açudes paraibanos monitorados estão com menos da metade de sua
capacidade de armazenamento de água. Mais dois açudes ficaram abaixo dos
5%, aumentado para sete os mananciais que estão quase que completamente
secos. Dois deles estão com capacidade chegando a zero.
A situação vem sendo considerada crítica principalmente naqueles
reservatórios com menos de 20% de suas capacidades. O número de açudes
monitorados nessa situação já chega a 28.
Com o prolongamento do período de estiagem, o percentual de
armazenamento continua diminuindo. Açudes como o de Ouro Velho, no
município do mesmo nome (localizado a 259 quilômetros de João Pessoa, na
região do Cariri), que estava com 2,9% de sua capacidade em setembro,
diminuiu para 1,7% em outubro, segundo dados da Aesa. Em Ouro Velho, o
abastecimento d’água da população de cerca de 2,9 mil habitantes está
sendo feito através de carros pipas do Exército.
Dados fornecidos pela Aesa no mês passado notificavam cerca de 118
mil pessoas dependendo do abastecimento dágua através de carros pipas
somente do Exército.
A situação da escassez de água deve
continuar nos próximos meses. A previsão da meteorologista da Aesa,
Marlene Bandeira, é de que somente em fevereiro devem ocorrer
precipitações de chuvas suficientes para que os mananciais possam
acumular água e aumentar a capacidade de armazenamento.
A previsão feita pela técnica traz outra
preocupação. As chuvas, segundo ela, vão acontecer de fevereiro até
maio e não até junho como acontece normalmente.
Luciana Rodrigues, com informações dos correspondentes do Correio Debate
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