ADENDO DO BLOG RAFAELRAG. NO FERIADO DESTA SEXTA, 2, VÉSPERA DO ENEM 2012, TERÁ AULA DO PBVEST NAS ESCOLAS PREVIAMENTE CADASTRADAS. AS AULAS QUE ESTAVAM ACONTECENDO AOS SÁBADOS SERÃO AMANHÃ, 2 DE NOVEMBRO. FICA A SUGESTÃO PARA VOCÊ REFAZER AS QUESTÕES DA PROVA DO ENEM DO ANO PASSADO. BOA SORTE!
"Ou o Brasil forma bem os jovens de agora ou não teremos quem sustente a sua economia num futuro próximo", afirma Mozart Neves Ramos
Fonte: Correio Braziliense (DF)
No início
da gestão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, uma importante
decisão foi tomada: o Brasil precisa fechar de vez a “torneira” do
Analfabetismo. É preciso que todas as crianças estejam alfabetizadas
pelo menos até os oito anos de idade. O secretário de Educação Básica,
Cesar Callegari, não perdeu tempo e saiu a campo: trouxe todos os atores
diretamente envolvidos com essa etapa educacional, especialmente a
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), e
elaborou um programa de Alfabetização que inclui formação docente,
material didático de boa qualidade e avaliação. Em menos de um ano, o
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) foi estruturado
e em breve será lançado oficialmente. Esse é um exemplo de convicção,
decisão política, coragem e investimento direcionado para uma etapa tão
importante.
Na outra
ponta da Educação Básica está o Ensino Médio, com diversos problemas que
desencadeiam baixos indicadores de aprendizagem. Esses problemas não
são de hoje, já vêm de longe, e seus efeitos começam a se tornar mais
nítidos agora. Sem resolvê-los, o país não atingirá uma das metas do
novo Plano Nacional de Educação (PNE): o de elevar a 33% o percentual de
jovens de 18 a 24 anos no Ensino superior. Vale lembrar que essa já era
a meta do PNE que se concluiu em 2010. Nem sequer nos aproximamos desse
percentual ao seu término, chegando a apenas 14,6%.
De antemão,
sabemos que essa será uma das metas mais desafiadoras do plano, em
função da crise que o Ensino médio vem enfrentando. Faltam Professores,
um currículo atraente e Escola de tempo integral. Enquanto isso, o
Ministério da Educação e os secretários estaduais de Educação não se
entendem. A consequência desse descompasso em relação ao Ensino médio
pode afetar diretamente o crescimento do país, que vive hoje uma boa
onda econômica.
Ou o Brasil
forma bem os jovens de agora ou não teremos quem sustente a sua
economia num futuro próximo. Faltará — o que já se vem observando nos
mercados internos em expansão — mão de obra qualificada para atender as
demandas. O Brasil terá que importá-la, enquanto os nossos jovens ficarão à margem do processo produtivo.
Para tentar
ajudar a resolver o problema da mão de obra qualificada, as empresas e o
Sistema S (Senai, Senac, Sesi, Sebrae e outros) começam a investir
fortemente no aumento de Escolaridade de seus trabalhadores, tal como
vem fazendo o Sesi/SC. Essas iniciativas vêm contribuindo para a redução
da desigualdade de renda. Números do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) revelam que o aumento da Escolarização da mão de obra
fez cair a diferença salarial entre os que têm menos e mais instrução.
Uma das consequências foi que o Índice de Gini — indicador que mede a
distribuição de renda — baixou de 0,552 em 2001 para 0,485 em 2011. Pela
primeira vez, ficou abaixo de 0,5 — e quanto mais próximo de zero,
melhor a distribuição de renda.
Mas muito
do que se investe hoje em Educação é para tapar o buraco deixado pela
baixa qualidade do Ensino oferecido. Uma situação análoga à da formação
continuada de Professores, que deveria ser uma atualização e uma nova
qualificação, e não uma formação complementar à inicial, como acontece.
O Brasil
precisa resolver o problema do Ensino médio. Não há mais tempo. Um país
que quer ser protagonista num cenário mundial competitivo não pode se
acomodar com uma geração nem-nem — jovens que nem trabalham nem estudam.
Segundo estudo do Senai, o país tem hoje 5,3 milhões de brasileiros
entre 18 e 25 anos que estão excluídos do mercado de trabalho e do
Ensino formal. Para esses sobram profissões de baixa remuneração, que
não exigem o Ensino médio. Ocorre que nos tempos atuais, com mudanças
tecnológicas tão intensas, as mudanças estruturais são cada vez mais
rápidas nos meios de produção. Assim, em médio prazo, esses
trabalhadores precisarão de maior Escolarização, seja para aperfeiçoar a
Educação num curso universitário, seja para fazer um curso
profissionalizante.
No
país há alguns poucos modelos, já em escala razoável, de bons programas
de Ensino médio, a exemplo das Escolas de Referência de Tempo Integral,
em Pernambuco. Porém, diferentemente do pacto nacional que vem se
estabelecendo pela Alfabetização de crianças na idade certa, para
melhorar o Ensino médio, ainda faltam entendimento, cooperação,
humildade e investimentos. É preciso estabelecer também um pacto pelo
Ensino médio, e o mais rápido possível!
BLOG RAFAELRAG COM O PROFESSOR DAMASIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário