O senador paraibano Vital do Rêgo Filho
(PMDB) defendeu que o seu partido entregue todos os cargos do governo
Dilma Rousseff. Ele foi direto quando perguntado se o PMDB está bem
contemplado no Governo Federal: “Não!”. Presidente da CPI do Cachoeira,
Vital Filho disse, em João Pessoa (PB), que os peemedebistas devem se
preocupar com “o exercício da governança” e não com a “ocupação numérica
de espaços”.
Vital ressaltou que a relação do PMDB
com o governo Dilma é muito boa. “O Governo não tem falhado com o
partido. O PMDB é que está mudando e penso como maioria do partido. O
PMDB está saindo do critério de ocupar espaços apenas por ocupa-los. Por
isso é que eu respondo de forma seca. As novas lideranças do PMDB estão
levando adiante a saída da relação do governo por mais ocupação de
espaços”, observa.
Segundo o senador paraibano,
o PMDB está na base aliada da presidente Dilma “no exercício da
governança”, mas não está preocupado com a obtenção de cargos. “Não deve
se preocupar com espaços no governo. Eu mesmo defendo que o PMDB não
tenha cargos no governo, para que fique com total liberdade
de agir no Congresso Nacional, embora me mantenha absolutamente fiel ao
apoio da governança da gestão Dilma Rousseff”, assevera.
Mesmo com a defesa da entrega dos cargos
ao governo, o senador entende que a legenda “não partiria para uma
posição independente” nas votações do Congresso Nacional. “Sou aliado de
primeira hora. Nós estamos aliados, somos aliados. Passamos dois anos
com Lula sem precisar cargos, sem precisar ter ministérios. Ficamos
fortalecidos no governo Lula. O governo da presidente Dilma apresenta um
projeto próprio e nós estamos com ele. Podemos nos adequar a esse
projeto sem necessariamente depender de cargos”, argumenta.
Vital Filho acredita que o
PMDB não abrirá mão da presidência da Câmara Federal, hoje comandada
pelo PT na pessoa do deputado Marcos Maia(PT-RS). Confia também que
continuará no comando do Senado Federal. “Somos o maior partido do Brasil.
Podemos governar com a presidente sem precisar de cargos”, lembra. “Na
Câmara Federal, o nosso candidato será Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
É revezamento interno, porque admitimos compor com o PT. Na próxima,
vamos votar em nosso líder”, avisa.
Como presidente da CPI do Cachoeira,
Vital Filho se enxerga com chances de disputar a sucessão de José Sarney
(PMDB-AP) na presidência do Senado Federal. Para que isso aconteça,
Renan Calheiros teria que renunciar sua pretensão. “Ainda não sou o nome
mais forte. Posso disputar, mas defendo o nome de Renan Calheiros
(PMDB-AL). Se ele, por um motivo ou outro, não puder, eu apresento o meu
nome. Como primeiro vice-líder, recebi de Renan duas missões quando
cheguei no Senado. Sou muito leal ao partido. Quem me conhece sabe como
atuei a vida inteira”, diz.
As duas missões a que o senador
paraibano se refere seriam ocupar a vice-liderança do PMDB e exercer a
presidência da Comissão de Orçamento. “Se, na condição de líder, ele
[Renan] for o candidato eu me aquieto. Se não for, coloco meu nome à
disposição do partido. O certo é que o PMDB terá um candidato a
presidente do Senado. Temos uma bancada com 27 senadores, que é a maior
da Casa”, pontua.
Vital tem a convicção de que sua atuação
como presidente da CPI do Cachoeira pode ser determinante para uma
candidatura a presidente do Senado. “Só o tempo, só o exercício dessa
atuação, só a confiança que eu tenho nos meus colegas de bancada e do
plenário, é que me dão essa certeza. Eu não tenho essa ansiedade agora.
Acho que os passos que eu estou construindo, com ajuda de Deus, estão
sendo muito maiores do que eu esperava. Se sobrar, ótimo”, comenta.
Por Hermes de Luna
portalcorreio
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