Teerã, 13 ago (EFE).- As autoridades do Irã aceleraram a assistência aos cerca de 300 mil afetados pelos fortes terremotos que no sábado causaram a morte de pelo menos 306 pessoas e feriu outras três mil no noroeste do país, onde a ajuda internacional começou a chegar nesta segunda-feira.
Em um discurso no Parlamento, a ministra da Saúde, Marzie Vahid Dastyerdi, disse que pelo menos 306 pessoas morreram, a maioria mulheres e crianças, e 3.037 ficaram feridas, segundo números provisórios.
Os hospitais de Tabriz e de outras cidades próximas ao local do acidente estão lotados, embora a maioria dos feridos tenha sido atendida por socorristas e equipes de saúde móveis. Foram realizadas cerca de 650 operações cirúrgicas de urgência em pouco mais de um dia.
Equipes de prevenção de doenças infecciosas chegaram às zonas afetadas pelo terremoto e não detectaram até o momento nenhum foco. A diretora do Serviço Nacional de Transfusões de Sangue, Mahtab Magsudlu, fez um apelo a doadores, especialmente do tipo O negativo.
Milhares de pessoas passaram as duas últimas duas noites na rua, inclusive em Tabriz, cidade que não sofreu danos, por medo das réplicas. Até a manhã dessa segunda-feira (hora local) ocorreram pelo menos 140 delas, acima dos 2,5 graus Richter e algumas de até 4,7 e 4,8 graus.
A primeira leva de ajuda humanitária estrangeira para os afetados dos terremotos chegou nesta segunda-feira da República do Azerbaijão, fronteira com a província onde se produziram os tremores, informou a agência oficial iraniana, 'Irna'.
A carga está composta de barracas e cobertores, além de alimentos de primeira necessidade, como farinha, arroz, açúcar, óleo e massas, segundo a agência, que não informa a quantidade de ajuda enviada pelo Ministério de Situações de Emergência azerbaijano.
O Crescente Vermelho Iraniano informou que dois caminhões com ajuda humanitária procedente da Turquia se dirigiam a Tabriz, enquanto uma equipe de busca e resgate de 36 membros do Crescente Vermelho turco também chegou à zona, embora tenham tido que retornar a seu país porque as buscas foram finalizadas no domingo.
Após os terremotos, numeroso países, entre eles Azerbaijão, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Vaticano, Paquistão, Rússia, Japão, Bolívia, Síria, Alemanha, Bahrein, Suíça e Taiwan, além da ONU e mesmo dos EUA, ofereceram suas condolências ao Irã e se mostraram dispostos a enviar ajuda humanitária para os afetados.
No domingo, menos de 24 horas depois dos terremotos que atingiram quatro distritos provinciais, as autoridades deram por terminadas os trabalhos de busca e resgate e, segundo o ministro do Interior, Mostafa Mohamad Najjar, os trabalhos 'para assegurar aos sobreviventes refúgio e comida' foram acelerados.
Até agora, o Crescente Vermelho Iraniano anunciou que 48.370 pessoas estão hospedadas em refúgios ou acampamentos de emergência, onde a organização distribuiu 9.674 barracas e 11.942 cobertores.
As aldeias em lugares de alto risco serão transferidas a outros lugares, segundo Hussein Gadami, diretor de Gestão de Emergências do Ministério do Interior, que afirmou que aquelas que estão em zonas menos perigosas serão reconstruídas.
Gadami disse que a placa tectônica de Ahar não teve grande atividade nos últimos 50 anos e só provocou três pequenos tremores que mal superaram os três graus na escala Richter.
Segundo o diretor iraniano, apesar dos danos nas aldeias e dos cortes de luz, telefone e gás, a infraestrutura da região não sofreu grave deterioração, por isso poderá ser reparada.
Os desabrigados que solicitarem receberão uma ajuda do governo de 20 milhões de riales (aproximadamente US$ 1.600) e também poderão ter créditos com juros de 120 milhões de riales (quase US$ 10 mil) para reconstruírem suas propriedades, acrescentou Gadami.
Apesar das promessas e anúncios do governo, políticos locais insistiram na urgência da ajuda, especialmente com água e comida, para a sobrevivência dos camponeses da região.
'Precisamos de pão, água engarrafada e comida em conserva', disse o prefeito da área de Jaye, no distrito de Varzagan, Valiola Farach Olahi.
'Como estamos longe do centro do terremoto e não há informação precisa dos danos que sofremos, ainda não chegou a ajuda necessária para as aldeias afetadas em Jaye', explicou Olahi. EFE.
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