Uma
pesquisa do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) mostra
que os adolescentes vêm demonstrando pouco interesse em comparecer às
urnas. No estado, de cada três adolescentes de 16 e 17 anos, um tirou o
titulo de eleitor. Em Belo Horizonte, o interesse foi menor: um entre quatro adolescentes se inscreveu na Justiça Eleitoral.
Jovens nesta faixa disseram que não se sentem preparados
para exercer o voto. “Eu como sou nova, às vezes não tenho estrutura pra
eleger uma pessoa. Vai que eu voto na pessoa errada”, disse Thamires
Monteiro Neves, de 17 anos. O estudante Leonardo Batista Costa, de 16
anos, tem opinião parecida. “É muita responsabilidade. É melhor deixar pra depois. Quando ficar mais velho, vou ter mais cabeça para escolher a pessoa certa”, disse.
Do total dos eleitores mineiros, menos de 2% são jovens que não têm a
obrigatoriedade de votar, mas vão às urnas em outubro. O percentual que
vem diminuindo nas últimas eleições. De acordo com o TRE-MG, em 2004,
os adolescentes representavam 2,93% do eleitorado do estado. Em 2008,
caiu para 2,25% e neste ano ficou em 1,91%.
Para o cientista político Rudá Ricci, os jovens participam pouco das
eleições porque falta interesse pelo assunto. “A geração Y, que é a que
vai agora ao redor de 25 anos, e a geração que vem depois são duas
gerações que não se apegam a ações muito coletivas, estruturadas. Eles
são muito independentes e muito desconfiados. Eles agem muito em
pequenos grupos e por afinidade pessoal”, disse.
De acordo com o levantamento da Justiça Eleitoral de Minas, na hora
de escolher vereadores e prefeitos, os jovens participam bem mais do que
nas eleições para deputados e presidente.
“Há um aumento, porque as eleições municipais mexem muito
mais com a vida do cidadão do que as eleições federais, vamos dizer as
eleições gerais, porque nas diversas zonas eleitorais, na cidade, no
município, você sempre tem um parente, um amigo, um padrinho, um vizinho que seja um candidato. E aí você se mobiliza um pouco mais pra buscar essa eleição”, disse
Para o juiz Alexandre Quintino, diretor executivo adjunto da Escola
Judiciária Eleitoral do TRE-MG apesar de pequena, a participação dos
jovens pode ser decisiva.
Bárbara Bispo de Paula e Bruno Alves, ambos com 16 anos, fazem parte
do percentual que decidiu votar. Eles vão às urnas pela primeira vez
este ano e querem escolher bons candidatos. “Se queremos tornar o país
melhor, temos que começar por nós mesmos”, disse Bruno. “Eu tirei o
título com essa intenção, de votar e ter um futuro melhor”, completou
Bárbara.
G1
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