Blog do professor Rafael Rodrigues
(UFCG, campus Cuité)
A greve
dos professores das universidades federais já dura 72 dias e aumenta a
probabilidade de que o calendário letivo de 2012 tenha que ser estendido
até o início de 2013. Na maioria das 57 instituições, a paralisação
teve início antes do encerramento do primeiro semestre. Com isso, quando
a greve terminar, será necessário concluir as atividades para só então
dar início ao segundo semestre de 2012.
O reitor
da Universidade de Brasília (UnB), José Geraldo, explica que, quando a
greve for encerrada, o calendário deverá ser reorganizado. “O semestre
letivo não coincide com o ano fiscal. É provável que a gente entre [com
as atividades letivas] em 2013 com a reposição. Mas já vivemos
experiências de outras greves em que foi possível organizar isso de modo
qualificado”, disse.
A Agência Brasil entrevistou
reitores de instituições das cinco regiões do país. Eles descartam a
possibilidade de cancelar o semestre e apostam na reposição. Na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os professores
encerraram as atividades antes da paralisação, mas o semestre não foi
oficialmente finalizado porque a maioria não lançou as notas no sistema.
Como as aulas foram concluídas, o reitor Carlos Alexandre Netto acha
que não será necessário comprometer as férias de janeiro com a reposição
– isso se a greve não se prolongar por muito tempo.
Além
dos professores, os técnicos administrativos das universidades
federais estão em greve desde 11 de junho. Em algumas universidades, a
paralisação dos servidores também atrapalha o calendário, já que
serviços como o lançamento de notas e matrículas podem ficar
comprometidos. O governo espera resolver a situação com os professores
para depois iniciar a negociação com os técnicos.
“Assim
que os professores retornarem, nós vamos tentar corrigir o calendário.
Mas, se não for resolvida a questão dos técnicos, nós não temos como
começar o semestre seguinte. Nossa expectativa é que haja logo uma
negociação também com essa categoria”, disse o reitor da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar), Targino de Araújo Filho.
Até
segunda-feira (30), professores se reunirão em assembleias para
deliberar sobre o fim da greve. Ontem (26), docentes de pelo menos 12
universidades federais já rejeitaram a proposta apresentada pelo governo
na terça-feira (24) e mantiveram a paralisação. São elas as
universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Santa Maria (UFSM),
de Pernambuco (UFPE), Rural de Pernambuco (UFRPE), do Espírito Santo
(Ufes), de Uberlândia (UFU), de Brasília (UnB), da Paraíba (UFPB), da
Bahia (UFBA), de Goiás (UFG), de Pelotas (UFPel) e Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ). Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), os
docentes aceitaram a proposta do governo, mas o fim da paralisação ainda
depende da aprovação em um plebiscito.
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