quinta-feira, 16 de maio de 2013

ENSINO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA AINDA ENFRENTA DESAFIOS, DIZEM ESPECIALISTAS

Lei que obriga escolas públicas e particulares a ensinar história e cultura afro-brasileira foi sancionada há 10 anos

Passados dez anos da sanção da Lei 10.639/03, que obriga escolas públicas e particulares a ensinar história e cultura afro-brasileira, o Brasil ainda enfrenta uma série de desafios para vencer o racismo dentro das instituições de ensino. Profissionais das áreas de educação e de promoção da igualdade racial avaliaram a implementação da lei, na última terça-feira (14), em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara.
De uma forma geral, segundo os participantes da reunião, a situação hoje é de aplicação pontual da legislação por professores e escolas e de falhas na formação de docentes. "As escolas ainda trabalham a questão racial apenas em 13 de maio (data da abolição da escravatura no Brasil, em 1888) ou em 20 de novembro (dia da Consciência Negra), mas isso tem que fazer parte do cotidiano. Um professor não pode fazer carinho apenas no cabelo liso, mas também no cabelo crespo", afirmou a coordenadora de Educação em Diversidade da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Ana José Marques.
Formação universitária
Outro problema apontado pelos debatedores foram as dificuldades na formação de professores. Os cursos superiores que formam os docentes, disseram, muitas vezes não incluem na grade curricular a temática da história e da cultura afro-brasileira, restando às secretarias de educação promover cursos de formação continuada de seus professores. "Enquanto fazemos formação continuada, os novos profissionais continuam sem formação", reclamou o professor da rede de educação básica do Paraná e advogado Celso José dos Santos.
Avanços

Ao mesmo tempo em que a formação de professores foi apontada como uma dificuldade, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos, apontou a mesma formação como um avanço. “Antes da lei sequer se pensava sobre o assunto.”
Ela destacou que, neste ano, 13,7 mil professores participam de especialização nas relações étnico-raciais. O MEC, lembrou ainda Macaé, vem dando apoio a estados e municípios para que eles construam uma agenda de combate ao racismo, que ainda se reflete, por exemplo, na taxa de analfabetismo absoluto entre pessoas com mais de 15 anos. Entre os brancos, essa taxa é de 7,1%. Entre a população negra, o mesmo índice sobe para 16,9%. (Veja a tabela)

Macaé dos Santos destacou também a produção de material didático. Crianças e famílias negras, disse, hoje já são representadas na literatura infantil. “Há dez anos, só se encontravam personagens fantasiosos, caricatos, como o Saci-Pererê ou o Negrinho do Pastoreio.”

Divulgação de experiências

Conforme estudo de 2009 do Ministério da Educação, o baixo nível de institucionalização da lei se deve à inexistência de ações programáticas, sendo que algumas práticas isoladas em escolas ganharam legitimidade com a lei. Os campos disciplinares com maior aplicação da regra são história, artes e literatura. “Foi recomendado que especialmente essas áreas abordassem o assunto, mas virou a regra”, observou a conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE) Rita Potyguara, que apresentou pontos da pesquisa.

Avanços


Ao mesmo tempo em que a formação de professores foi apontada como uma dificuldade, a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Macaé Maria Evaristo dos Santos, apontou a mesma formação como um avanço. “Antes da lei sequer se pensava sobre o assunto.”

Ela destacou que, neste ano, 13,7 mil professores participam de especialização nas relações étnico-raciais. O MEC, lembrou ainda Macaé, vem dando apoio a estados e municípios para que eles construam uma agenda de combate ao racismo, que ainda se reflete, por exemplo, na taxa de analfabetismo absoluto entre pessoas com mais de 15 anos. Entre os brancos, essa taxa é de 7,1%. Entre a população negra, o mesmo índice sobe para 16,9%. (Veja a tabela)
Macaé dos Santos destacou também a produção de material didático. Crianças e famílias negras, disse, hoje já são representadas na literatura infantil. “Há dez anos, só se encontravam personagens fantasiosos, caricatos, como o Saci-Pererê ou o Negrinho do Pastoreio.”
Divulgação de experiências

Conforme estudo de 2009 do Ministério da Educação, o baixo nível de institucionalização da lei se deve à inexistência de ações programáticas, sendo que algumas práticas isoladas em escolas ganharam legitimidade com a lei. Os campos disciplinares com maior aplicação da regra são história, artes e literatura. “Foi recomendado que especialmente essas áreas abordassem o assunto, mas virou a regra”, observou a conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE) Rita Potyguara, que apresentou pontos da pesquisa.

“O reconhecimento da contribuição dos povos africanos e seus descendentes é parte importante no resgate da gigantesca dívida dos sucessivos governos com a África e com os afrodescendentes, os quais trazem na pele e na alma a prova da ancestralidade que nos dignifica como povo e nos honra como nação”, opina Iara Bernardi.
Fonte: Agência Câmara
 Blog rafaelrag com o professor Damásio de Guarabira 

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