Números também contemplam os adolescentes.
Dados, do Disque 100, compreendem o período de janeiro a abril de 2013.
Pelo menos 349 crianças e adolescentes foram vítimas de algum tipo de
violência sexual na Paraíba entre os meses de janeiro e abril deste ano.
Os dados são do Disque 100, serviço coordenado pela Secretaria Nacional
de Direitos Humanos para proteger crianças e adolescentes com foco na
violência sexual. Os abusos sexuais aparecem em primeiro lugar, com 256
denúncias. As cidades paraibanas que mais registraram esse tipo de crime
contra crianças e adolescentes foram João Pessoa, com 20,31% das
denúncias recebidas, Campina Grande, com 16,67%, e Santa Rita, na Grande João Pessoa, com 4,77%.
Denúncias de exploração sexual aparecem logo em seguida, com 85 casos
sob investigação. O oficial da Promotoria da Criança e do Adolescente,
Rogério Antunes, explica que as pessoas ainda não têm uma noção muito
clara da diferença entre abuso e exploração sexual.
“A diferença básica é que, na exploração sexual, os crimes contra
crianças e adolescentes beneficiam alguém. Alguém está ganhando dinheiro
com esse absurdo. Já no abuso sexual há apenas alguém que violenta uma
criança ou um adolescente apenas sob o ponto de vista sexual, não recebe
vantagens financeiras”.
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O levantamento feito pelo Disque 100 revela ainda que na Paraíba
estão sob investigação dois casos de pornografia infantil. Já o uso
indevido de imagem de criança ou de adolescente nas redes sociais que
está sob investigação no estado é apenas um.
“No entanto, acreditamos e diria até que temos certeza de que o número
de crianças e adolescentes que sofreram algum tipo de violência sexual é
muito maior. Isso porque mesmo com as campanhas, o número de pessoas
que se sentem à vontade para denunciar ainda fica abaixo das
expectativas”, pontuou Rogério Antunes.
Não há dados disponíveis sobre igual período do ano passado para efeito
comparativo. “Nós passamos a fazer parte do sistema em agosto de 2012.
Alguns dados desse período foram perdidos e não foi possível fazer
cópia”, acrescentou o oficial da Promotoria da Criança e do Adolescente.
“Com as campanhas que temos feito, não temos dúvidas de que o número
de denúncias aumentou. Não significa dizer que o número de crianças e
adolescentes vítimas de algum tipo de violência sexual aumentou.
Significa dizer que o número de denúncias aumentou”, enfatizou Rogério
Antunes.
Depois de feitas ao Disque 100, todas as denúncias são encaminhadas
para a comarca da cidade onde ocorreu a suposta violência sexual em um
prazo de 24 horas. No entanto, a prioridade do recebimento da denúncia é
dada ao Conselho Tutelar. “Todos esses casos referentes à Paraíba estão
sob investigação, o que já é um avanço significativo no combate a esse
tipo de crime, geralmente praticado por pessoas muito próximas das
vítimas, o que torna a situação ainda mais absurda”, afirmou Rogério
Antunes.
'Violência sexual deixa sequelas inevitáveis', diz pedagoga
A pedagoga do Centro da Mulher 8 de Março, órgão que faz parte da Rede Interestadual de Enfrentamento ao Abuso e Exploração de Criança e Adolescente (Redexi), Lúcia Gabriel de Oliveira, explicou que uma das mudanças mais perceptíveis no comportamento de crianças que sofreram algum tipo de violência sexual é o silêncio.
A pedagoga do Centro da Mulher 8 de Março, órgão que faz parte da Rede Interestadual de Enfrentamento ao Abuso e Exploração de Criança e Adolescente (Redexi), Lúcia Gabriel de Oliveira, explicou que uma das mudanças mais perceptíveis no comportamento de crianças que sofreram algum tipo de violência sexual é o silêncio.
"As vítimas de violência sexual, principalmente as crianças, tendem a
ficar meio que indiferentes ao mundo. Se antes era extrovertida, passa a
adotar um comportamento mais contido, como se estivesse a esconder
algo, que na verdade está. Violência sexual deixa sequelas inevitáveis",
afirmou.
Outra consequência também perceptível é a queda no rendimento escolar.
"A criança passa a ter um rendimento escolar bem abaixo do que vinha
sendo registrado. Um sinal significativo para que os pais e responsáveis
fiquem atentos e comecem a observar em pequenos detalhes que muitas
vezes revelam esse grande crime, que é a violência sexual contra
crianças e adolescentes", alertou a pedagoga.
Caminhada marca 18 de maio
Com o tema “Chega de Silêncio, disque 100”, o bloco de carnaval Muriçoquinhas realiza neste sábado (18) uma caminhada na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa, a partir das 16h30. A iniciativa marca o dia 18 de maio, data nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Com o tema “Chega de Silêncio, disque 100”, o bloco de carnaval Muriçoquinhas realiza neste sábado (18) uma caminhada na avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa, a partir das 16h30. A iniciativa marca o dia 18 de maio, data nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
A iniciativa faz parte das ações de responsabilidade social da GVT
dentro do programa Educando GVT, que promove a educação por meio da
inclusão digital e social e o uso responsável da internet pelo público
infanto-juvenil. A caminhada, que começa na frente do número 4.200,
pretende reunir 3 mil pessoas.
A proposta do evento é conscientizar a população sobre a importância da
denúncia como mecanismo de combate ao abuso, inclusive quando feito
pela internet. A utilização adequada deste meio de comunicação também
terá destaque ao longo da caminhada, que será encerrada em frente ao
busto Almirante Tamandaré, na praia de Tambaú. "Juntos, iremos chamar a
atenção para a proteção das crianças e adolescentes por meio da denúncia
de maus tratos, essencial para ajudá-las e muitas vezes salvá-las.
Basta discar 100 e contar o que sabe. O sigilo do nome de quem fala é
garantido”, afirma Eliane Holanda, diretora do Bloco Muriçoquinhas.
Blog rafaelrag com G1PB
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