segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pesquisa da UFCG é destaque em conferência internacional

 
Trabalho de Iliana Guimarães prevê a utilização de resíduos de alumina na redução dos impactos ambientais da indústria petrolífera
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) foi destaque na 9ª Conferência Internacional do Alumina Quality Workshop, realizada no final de março na cidade de Perth, na Austrália.
Intitulado Desenvolvimento e Caracterização de Membranas Cerâmicas produzidas com Resíduos de Alumina, o trabalho é de autoria de Iliana Guimarães, aluna do Programa de Pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, sob orientação do professor Hélio Lucena.
"Foi uma experiência desafiadora, mas muito gratificante", afirma a pesquisadora, que enfrentou três dias de viagem até chegar à Austrália, onde apresentou-se diante de uma plateia formada por representantes e gestores das maiores empresas de alumina do planeta.
Além dela, apenas quatro outros estudantes, em todo o mundo, foram selecionados pelo comitê organizador para participar da conferência, com todas as despesas pagas.
A pesquisa de Iliana visa ao aproveitamento do de alumina, descartado no processo industrial, na redução dos impactos ambientais da indústria petrolífera. “Um dos grandes problemas enfrentados pelas indústrias de petróleo é o tratamento dos seus efluentes antes de seu lançamento no meio ambiente. Uma boa parcela destes efluentes é constituída de emulsões de óleo em água”, explica.
De acordo com a pesquisadora, a presença da água associada ao petróleo pode provocar vários problemas nas etapas de produção, transporte e refino, como a necessidade de um superdimensionamento das instalações de coleta, armazenamento e transferência; maior consumo de energia, “além de dificuldades relacionadas com a corrosão e/ou incrustação das tubulações, equipamentos e acessórios”, diz.
A ideia da doutoranda é utilizar o resíduo da produção de alumina para fabricação de membranas cerâmicas que seriam utilizadas na separação de água/óleo. O processo, além de beneficiar economicamente as empresas (as membranas convencionais são muito caras), também gera benefícios para o meio ambiente.
A disposição do resíduo da alumina cria vários problemas, pois esta poeira pode corresponder a cerca de 5-10% em relação à quantidade total de alumina recuperada do calcinador. No caso de uma produção de alumina calcinada de 500 mil toneladas por ano, a quantidade de pó de alumina pode chegar a 50 mil toneladas por ano”, alerta.
Ela observa que o pó de alumina fica armazenado por tempo indeterminado em enormes lagos de resíduos de bauxita. “Daí a necessidade do seu reaproveitamento, tanto para uma melhor economia de matérias-primas (sustentabilidade), como também para evitar problemas ambientais”.
Alumina
Também conhecido como óxido de alumínio, a alumina é o principal componente da bauxita, matéria-prima do alumínio metálico. O Brasil tem a terceira maior reserva de bauxita do mundo, localizada na região amazônica, perdendo apenas para Austrália e Guiné.
(Kennyo Alex - Ascom/UFCG - 12.04.12)

Portal da Universidade Federal de Campina Grande - PB



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