Professores da Rede Privada negociam nesta sexta, 27
A
assembléia do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
Privado da Paraíba (Sinteenp) que acontece nesta quinta-feira (26)
pode decidir pela paralisação da categoria por tempo indeterminado.
A reunião acontece a partir das 9h, no
auditório do Sintep-PB, localizado na Rua Professor José Coelho, 61, no
Centro de João Pessoa.
A assembléia vai avaliar o resultado de
uma mesa de negociação que acontecerá no dia anterior (quarta feira) e
caso não tenha acordo, a greve será deflagrada.
Com a decisão pela greve, caravanas de
profissionais do interior do Estado devem vir para João Pessoa para
acompanhar as negociações que ocorrerão na sexta feira (27), na
Superintendência Regional do Trabalho (SRT).
“A disposição dos professores é
concentrar força na Capital e parar as instituições de ensino superior,
pois são estas que estão criando as maiores dificuldades para a
negociação”, diz o Coordenador Geral do Sinteenp, José Avenzoar Arruda.
Segundo ele, a intransigência do
sindicato patronal em debater os assuntos de interesse dos trabalhadores
está dificultando as negociações.
“Se não houver acordo nas próximas duas
reuniões, vamos propor a paralisação da categoria durante a assembléia
geral”, afirma, referindo-se a uma reunião com o sindicato patronal
nesta quarta-feira, às 9h30, na sede do Sintep, e a reunião final na
SRT, na sexta-feira, às 14h.
Avenzoar afirmou ainda que existem
alguns pontos que são considerados inegociáveis pelos trabalhadores e
outros que até podem ser objetos de negociação, mas não do jeito que os
donos de escolas querem. Um dos pontos de discordância entre os dois
sindicatos é referente ao reajuste nos salários dos trabalhadores.
O Sinteenp cobra um reajuste de 15%,
enquanto o sindicato patronal pretende oferecer um aumento de apenas 4%,
abaixo do valor da inflação no ano passado, que segundo a Fundação
Getúlio Vargas (FGV) fechou 2011 em 6,36%.
“Além disse, eles querem retirar o
direito a incorporação das parcelas pagas por mais de seis meses, ou
seja, querem reduzir a carga horária e o salário dos professores”,
comenta Avenzoar.
Outro ponto de discordância é relativo
ao direto dos filhos dos funcionários de estudar gratuitamente nas
escolas, ou com um desconto de ao menos 70%, o que, segundo Avenzoar,
pode levar a um dissídio coletivo da categoria.
O coordenador do sindicato diz que a categoria já sabe que uma greve hoje não pode ter o padrão das greves anteriores.
“A nova greve deve partir do máximo
prejuízo ao empregador e mínimo prejuízo ao aluno que é nosso parceiro,
assim é que a possibilidade de organizarmos um boicote aos pagamentos
das mensalidades escolares por um período ou mesmo por um mês é uma
possibilidade concreta, vamos analisar isso junto com as entidades
estudantis, completa, dizendo ainda que a categoria não descarta o uso
de piquetes e fogos de artifícios dentro das instituições de ensino, mas
que o Sinteenp tentará negociar em paz”.
Comentário
“Professores de escolas particulares podem entrar em greve por tempo indeterminado”
É uma vergonha! Até os mestres das Escolas Particulares entrarem em
greve. É como dizia Karl Marx: “Os operários não têm pátria”. Os
professores formam profissionais, cidadãos, se dedicam, e o que ganham?
Um mísero salário defasado pelo tempo. Até quando viveremos num País
onde Políticos brincam com o dinheiro público e nos atordoam com
promessas ínfimas e descabidas? Temos que acordar para uma Sociedade
justa. Onde as pessoas possam utilizar de suas profissões para
canalizarem seus objetivos. E não sofrerem ao ponto de se humilharem por
uma quantia “justa”. Quanto aos Professores de Escolas Particulares,
fica a minha pergunta: “Por onde anda o rio de dinheiro das absurdas
mensalidades escolares?” Uma coisa é certa! “NO BOLSO DOS PROFESSORES
QUE NÃO ESTÃO!” Por favor, donos de Escolas Privadas; OLHEM PARA ESTAS
POBRES ALMAS QUE MERECEM GANHAR O VALOR MERECIDO POR EDUCAREM NOSSOS
FILHOS.
Com a palavra, João Elísio da Rocha Neto (Professor da rede Estadual
de Ensino da Paraíba há 12 anos), feliz por Deus ter dado o dom do
ensinamento. Mas nem tanto pelo salário pago a esta classe tão merecida:
“MESTRES DO BRASIL”.