segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

De ouro, minúsculo ou 'ostentação': tapa-sexo é 'muso' no carnaval

Acessório é usado para 'driblar' proibição de nudez nos desfiles; veja lista. Produtor do Rio criou tapa-sexo de vergalhão e à prova de quedas.
Veja, a seguir, os tapa-sexos do carnaval 2015
A Miss Bumbum Bahia, Yara Muniz, escolheu desfilar com um tapa-sexo minúsculo na madrugada deste domingo (15 de fevereiro) em São Paulo. Madrinha da harmonia da escola de samba. Acadêmicos do Tatuapé, ela afirmou ao G1: “Em todos os ensaios, eu vim comportada. Quis ousar". Segundo ela, a peça banhada a ouro e todos os demais detalhes da fantasia custaram R$ 20 mil. A fantasia tinha peças folheadas a ouro e ainda cristais Swarovski.
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Musa da Renascer de Jacarepaguá, quinta escola a desfilar na Marquês de Sapucaí no sábado (14 de fevereiro), pela Série A do caranval do Rio, Elo Santos usou um tapa-sexo imenso (ao menos se comparado ao da concorrência): intermináveis 8 centímetros de largura. O diferencial era o vergalhão aplicado na construção do acessório, criado pelo produtor Kiko Alves. Ele recorreu ao material (o mesmo usado para erguer prédios e viadutos, exemplifica) para fazer um tapa-sexo à prova de queda. A ideia é evitar incidentes e punições. "Isso aqui segura tudo", afirmou Elo Santos ao G1.
Destaque de chão da Mancha Verde, a musa Juju Salimeni desfilou na sexta-feira (13 de fevereiro) em São Paulo com uma fantasia dourada e "econômica". Ela destacou que saiu barato: R$ 10 mil. "Dá pra fazer algo bonito sem gastar, ficou como eu queria", comemorou a ex-panicat. Juju contou que o traje foi o mais "econômico" desde que começou a sair pela escola e deixou de lado as tradicionais pinturas corporais.




Andreia Martins, musa da Unidos de Padre Miguel, desfilou neste sábado (14) pela Série A do carnaval do Rio com um tapa-sexo de 3 centímetros e o corpo todo desenhado. Apesar de pequena, a fantasia, segundo ela, custou cerca de R$ 35 mil. "Demorei três horas e meia para me pintar", disse a passista, que é conhecida como a musa do corpo pintado. “Eu costumava usar o tapa-sexo de 5 centímetros, mas neste ano eu vim com um só de 3 centímetros. Tive que me depilar totalmente para isso”, detalhou. Para retirar a pintura do corpo, com óleo mineral, ela leva cerca de três horas. Em 2016, a fantasia deve diminuir: "Ano que vem a gente tenta uns 2 [centímetros]", prometeu.


Já o tapa-sexo do vergalhão, usado no sábado (14 de feereiro) no Rio por Elo Santos, musa da Renascer de Jacarepaguá, é "encaixável". "Ele dá uma pressão que a pessoa pode sambar e não cai", assegurou o criador da peça, o produtor Kiko Alves (veja no vídeo abaixo).

O tapa-sexo é um bem necessário, está nas regras do jogo. Diz o regulamento da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (Liesa), artigo 26, inciso V: “[é obrigatório] impedir a apresentação de pessoas que estejam com a genitália à mostra, decorada e/ou pintada”. Se algum desinibido desfilar pelado, a escola é punida: perde 0,5 ponto. É assim desde 1990. O veto da Liesa foi motivado por Enoli Lara, primeira mulher a cruzar a Sapucaí totalmente nua.

Em 1992, ocorreu uma punição. O ator Torez Bandeira desfilou pela Beija-Flor apenas com um esparadrapo, mas ele perdeu o artifício em algum momento – e a escola perdeu pontos.

No regulamento da Liga Independendente das Escolas de Samba de São Paulo não há uma determinação específica quanto ao tema, mas a nudez é, sim, proibida, informa ao G1 a assessoria de imprensa da Liga.

Cauê MuraroDo G1, em São Paulo

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