Especialistas e representantes do governo debateram com a sociedade civil soluções para o futuro da Educação no Distrito Federal
Fonte: Correio Braziliense (DF)
Reformulação
dos currículos, mudanças nos métodos pedagógicos, melhoria na formação
dos Professores e investimentos em Ensino e tecnologia foram os temas
abordados no 2º seminário Pensar Brasília, promovido pelos Diários
Associados na manhã de ontem, no auditório José Hipólito da Costa, na
sede do Correio.
Durante três horas de evento,
especialistas do governo, da sociedade civil e da academia debateram
sobre os rumos que a Educação da capital e do Brasil precisam seguir nos
próximos anos. Participaram do evento o secretário de Educação do DF,
Denilson Brito da Costa; a vice-presidente do grupo internacional Global
Urban Development, Emília Queiroga; o diretor de Prospecção e Novos
Empreendimentos da Terracap, José Humberto Matias de Paula; e Gilberto
Lacerda, Professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Eles expuseram teorias sobre os rumos do Ensino e da inovação na cidade
e, mediados pelo editor executivo do jornal, Carlos Alexandre,
discutiram com os 150 presentes. A abertura do evento ficou a cargo do
diretor de Comercialização e Marketing do Correio, Paulo Cesar Marques,
que ressaltou a importância do debate. “O objetivo é discutir o
desenvolvimento de Brasília e os rumos que a cidade tomou após sua
construção planejada.”
Denilson
Brito da Costa avaliou as principais propostas do governo para a
Educação. O maior desafio é garantir acesso universal ao Ensino gratuito
e de qualidade. Para tal, o GDF planeja uma ação em quatro eixos:
construção de 200 Creches até 2014, implantação da Educação integral,
aumento dos programas de Educação profissional e o DF alfabetizado, que
vai formar em breve a primeira turma de jovens e adultos com mais de
três mil pessoas.
O
secretário abordou o uso da tecnologia nas Escolas. A partir de 2013, os
Professores do Ensino médio da rede pública terão tablets à disposição.
Para ele, não basta colocar equipamentos nas Escolas, é preciso criar
modelos de uso para eles. “É fundamental investir em tecnologia para a
Educação. Temos que fazer uma reformulação nos currículos para o uso dos
aparatos nas salas de aula”, afirmou.
O diretor
de Prospecção e Novos Empreendimentos da Terracap, José Humberto Matias
de Paula, ressaltou os benefícios da construção do parque tecnológico do
DF. Ele acredita que o investimento ajudará nas áreas de Educação e
inovação da cidade. “A inovação passa pelo desenvolvimento do
conhecimento para construirmos o progresso econômico”, opinou.
Emília
Queiroga ofereceu uma visão mais global do sistema de Educação do
Brasil. Para ela, é necessário repensar como os conteúdos são ofertados
para as crianças e jovens. A especialista salientou que vivemos um
período de ruptura com o modelo até então vigente, um processo que pode
ser denominado como “Renascença Educacional”.
“Nossa
Educação é baseada na fragmentação do conhecimento, o que resulta em uma
sociedade que não sabe integrar as diversas áreas do saber. Agora
precisamos aprender a convergir, a juntar todas as habilidades dos seres
humanos”, afirmou Queiroga. A especialista entende que é preciso agir
em três eixos: manter o que foi feito, criar mecanismos de transição e
explorar o eixo da inovação, com medidas até então não testadas.
Denilson da Costa: secretaria concentra investimentos na Educação integral
José Humberto, da Terracap: parque tecnológico incentivará a Educação
Novos Docentes
Gilberto Lacerda falou sobre a
formação de Professores e sobre a realidade encontrada nas faculdades de
Educação. Pesquisa feita pelo especialista em quatro universidades
federais brasileiras mostra que 60% dos Alunos dos cursos de pedagogia
gostariam de fazer outras formações. De acordo com o Professor, eles
somente optaram pela área do Ensino pela facilidade do vestibular. “O
Brasil está procurando seus Professores no lado errado da pirâmide
social”, ironizou.
Lacerda
colocou que a inovação tecnológica deve vir acompanhada de cursos de
formação para os Docentes, que precisam aprender a utilizar os aparatos
em favor da pedagogia. “As tecnologias materiais provocam a criação de
tecnologias intelectuais”, ressaltou. O especialista também criticou a
nova geração de Docentes, que é mal formada. “O Brasil é o primeiro país
a ousar formar Professores a distância.”
Além da sociedade civil, estiveram
presentes na plateia autoridades como os deputados distritais Chico
Vigilante (PT), Joe Valle (PSB) e Eliana Pedrosa (DEM). A maior parte
das perguntas girou em torno da formação de Educadores e dos
investimentos em Educação. Emília Queiroga falou sobre a necessidade de
um novo currículo para os Docentes. “O Professor é um ser humano formado
em uma série de condições e é obrigado a ensinar outras. O sistema
educacional não atende mais ao mundo em que vivemos”, disse.
Blog rafaelrag com o professor Damásio de Guarabira
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