Hiran de Melo – professor
A
grande presença à assembléia da ADUFCG (associação dos docentes), que aprovou o
indicativo de grave, também foi um indicativo da chegada de novos tempos.
Com outro detalhe: a aprovação, sem maiores empenhos da diretoria, indicou que
existe uma vontade enorme por mudanças.
Pudemos
observar que as manifestações, dos novos participantes, vinham de todas as
direções e convergiam na constatação de que o rumo que a universidade vem
tomando não atende aos anseios dos que escolheram construir uma instituição de
qualidade voltada para o desenvolvimento do país e da sua população.
Podemos, mais uma vez, constatar, nas intervenções propositivas dos docentes na assembléia, uma considerável insatisfação com a situação presente e com as perspectivas que o grupo dirigente da instituição apresenta. Além disso, percebemos o número crescente de docentes que se manifestam abertamente em defesa de uma universidade sob a égide da meritocracia.
Não
é exagero afirmar que, muito mais do que uma questão salarial, o que move os
docentes a favor da paralisação é a necessidade de avaliar o que estamos
construindo. E, nesse aspecto, o pensamento constituído é de que, antes
de ser uma instituição de múltiplos campi, a UFCG é uma universidade
fragmentada.
Pois,
bem antes da consolidação dos cursos existentes, outros foram criados numa
política desenfreada de expandir o nosso ensino de qualidade para uma clientela
que não tem se mostrado tão interessada e ansiosa por tal
ensino. Basta observarmos o número absurdo de chamadas do nosso vestibular,
devido ao não preenchimento das vagas ofertadas.
Isso
indica, melhor, começa a revelar, uma resposta negativa à questão se “é essa a
universidade que queremos?” Já podemos ouvir claramente o não. "Não é essa!"
Pois não queremos uma instituição fragmentada (em expansão). Queremos uma
universidade que racionalize os recursos, seja centrada, valorizando os seus
cursos e as suas pesquisas.
Precisamos
repensar os velhos conceitos, promover mais cultura, concentrar esforços e
acolher melhor nossos estudantes, oferecendo mais residências e restaurantes
universitários de qualidade.
Todos esses indicativos, agora me indicam que não sou eu apenas quem afirma que, para avançar, precisamos passar da “universidade que queremos” para a “universidade necessária”, respondendo se a UFCG, como se apresenta, é uma instituição essencial. Se, para quem e para quê?
Por fim:
A
adesão às políticas expansionistas do MEC se constituiu num problema que
corajosamente já começa a ser enfrentado, mesmo que para isso seja necessário
paralisar as atividades acadêmicas por tempo indeterminado.
Blog rafaelrag
Ciências e Educação
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