Mulher, diversidade, poder e comunicação são temas de seminário nacional em Pernambuco
Abordando a questão da mulher na sua diversidade e no âmbito racial em uma visão feminista e antiracista, o Seminário Nacional “Mulher, diversidade, poder e comunicação, com ênfase nas questões raciais” será realizado durante todo o dia desta quinta-feira (15), no Auditório do Hotel Manibu, em Recife, capital de Pernambuco, e traz à tona a discussão sobre a participação política da mulher, buscando romper o laço de herança histórica excludente, discutindo não somente a questão política, mas também a importância da sua atuação na mídia e a conquista do seu lugar de poder.
Sobre o papel da mídia em relação aos temas abordados no seminário, Izabel Santos, coordenadora do Centro das Mulheres do Cabo, afirma que “é importante, para nós, que a mulher tenha seu espaço na mídia, pois, vê-se que a mídia brasileira apresenta a mulher de maneira deturpada, como, por exemplo, as mulheres exibidas em propagandas de cervejas. Isso reforça o estereótipo de que elas são apresentadas pela mídia para a venda de sua própria imagem”.
Tratando a questão da regulação da mídia para a garantia da diversidade étnico-racial e de gênero, o caminho que deve ser trilhado para atingir essa meta, de acordo com Izabel, é fazer com que a lei seja cumprida, pois a mulher ainda tem, em relação aos homens, pouca representatividade nos cargos de poder do país e sua imagem adulterada pela mídia. Tudo isso termina se refletindo na imagem que se tem da mulher na comunicação.
O Seminário evidencia importância de a mulher ocupar mais espaços – tanto nas esferas de movimentos sociais como em cargos políticos. Apesar de, pela primeira vez, o principal cargo político do país, a presidência da República, ser chefiado por uma mulher, a parcela de mulheres que deveria ocupar cargos eletivos está muito aquém do esperado. Só para se ter um exemplo, na Câmara dos Deputados, elas representam menos de 9% do total, apenas 45.
Especialistas convidadas ministrarão os debates para a discussão dos desafios enfrentados pelas mulheres como Sonia Wright, cientista política e professora da Universidade Federal da Bahia, que discutirá sobre a Mulher e poder; Lucimery Mesquita, da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza, responsável pelo Núcleo de discussão LGBT, abordará a questão da Mulher e a Diversidade; Ana Veloso, conselheira da Empresa Brasileira de Comunicação e professora da UNICAP ficará responsável pelo tema da Comunicação. E, quem discutirá a questão Racial, que perpassa por todas as outras temáticas, será Ana Paula Maravalho, coordenadora do Observatório Negro.
“Deve-se criar espaço para as mulheres diversas: negras, brancas, lésbicas, heterossexuais. A questão é pouco difundida. Precisa-se ampliar essa discussão, pois todas elas necessitam de reconhecimento. Discutir poder é trazer as questões que permeiam e trazem obstáculos a elas, no que tange o social, a mídia, a diversidade, o empoderamento de seus espaços, entre outros temas”, acrescentou a coordenadora do CMC.
Realizado pelo Comitê Nacional do Consórcio no Brasil, conveniado a quatro países – Brasil, Equador, Colômbia e Peru –, um projeto voltado para o empoderamento das mulheres populares e diversas desses países, o evento é organizado pelas organizações Centro das Mulheres do Cabo, Casa da Mulher do Nordeste e o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste.
Fonte: Adital
Blog rafaerag/Focando a Notícia
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