Fonte: Isaac Roitman (^), Correio
Braziliense de 08,10,2912
A ficção científica é uma dimensão literária desenvolvida no
século XIX que reúne a imaginação e o impacto da ciência na extrapolação sobre
fatos e princípios científicos. Os primeiros clássicos nos primórdios da ficção
científica foram: Frankenstein de Mary Shelley (1818) e a obra de Robert Louis
Stevenson: "O médico e o monstro" (1886). Julio Verner que é conhecido como o
pai desse gênero literário em suas famosas histórias de aventura, descrevia
descobertas científicas muito antes delas se tornarem realidades descrevendo
viagens espaciais (Viagem ao redor da lua - 1869) e o mundo submarino (Vinte mil
léguas submarinas - 1870). Mais recentemente esse gênero literário tem sido
representado por escritores notáveis como Herbert G. Wells, Isaac Asimov e Artur
Clarck que anteciparam inventos e descobertas que indicam que não estamos muito
longe de um mundo cheios de robôs imaginados por esses escritores.
O conhecimento científico se tornou o valor mais importante para o desenvolvimento social, econômico e político do século XXI e as políticas na área devem ser planejadas a curto, médio e longo prazo. O desenho do futuro é estudado hoje através da prospecção que se caracteriza como o processo que se ocupa de procurar, sistematicamente o exame do futuro da ciência e da sociedade, com o objetivo de identificar as áreas de pesquisas estratégicas e as tecnologias emergentes que podem gerar benefícios econômicos e sociais. Nesse processo se procura entender as forças que orientam o futuro, antecipar e entender o percurso das mudanças, subsidiar o processo de tomada de decisões e priorizar as ações em ciência, tecnologia e inovação.
Ao contrário das previsões dos escritores ficcionistas, a prospecção hoje utiliza metodologias apropriadas sendo hoje uma atividade coletiva. Ela ganhou força a partir da década de 80 do século passado, face às profundas mudanças políticas, econômicas e tecnológicas. Em 1993 o Reino Unido criou o Programa de Prospecção Tecnológica com o objetivo de reunir cientistas, tecnólogos, empresas e consumidores para discutir o futuro.
Entre nós a iniciativa mais marcante foi à criação em 2001 do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) que vem desenvolvendo estudos com visão prospectiva, avaliação estratégica, informação em ciência, tecnologia e inovação. Nos exercícios de prospecção são identificadas áreas prioritárias que devem ser acompanhadas de avaliações dos impactos das tecnologias em várias dimensões como educação, saúde, meio ambiente, ética e as questões sociais. É absolutamente fundamental que os gestores públicos das áreas de ciência e tecnologia não se preocupem somente com os resultados a curto prazo, que podem render dividendos políticos, mas sim implantar projetos e ações que podem impactar a qualidade de vida das futuras gerações.
Inspirado no pensamento de John Dewey: "Todo grande progresso da ciência resultou de uma nova audácia da imaginação", devemos colocar a formação de recursos humanos como eixo central para o desenvolvimento científico e tecnológico. Independentemente das reflexões sobre as áreas estratégicas prioritárias a formação correta dos futuros pesquisadores deve ser moldada pela excelência e iniciada na educação infantil, principalmente entre zero a seis anos de idade, onde a curiosidade, a imaginação e o exercício do pensar deverão ser estimulados.
O objetivo do ensino fundamental e médio deverá ser o de dar competência ao estudante para que possa mobilizar os seus recursos cognitivos para a resolução de novos problemas e desafios. É importante identificar e desenvolver o talento de jovens estudantes com altas habilidades, através de programas educacionais bem estruturados. Os programas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes de ensino médio e universitário deverão ser ampliados e aperfeiçoados para alimentar os cursos de Pós-Graduação com estudantes familiarizados com o pensamento científico. Por sua vez esses cursos devem ser planejados para formar recursos humanos adequados nas áreas estratégicas priorizadas.
Planejar a ciência com o olhar para o futuro é colocar em prática o pensamento de Mahatma Gandhi que dizia: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".
* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.
O conhecimento científico se tornou o valor mais importante para o desenvolvimento social, econômico e político do século XXI e as políticas na área devem ser planejadas a curto, médio e longo prazo. O desenho do futuro é estudado hoje através da prospecção que se caracteriza como o processo que se ocupa de procurar, sistematicamente o exame do futuro da ciência e da sociedade, com o objetivo de identificar as áreas de pesquisas estratégicas e as tecnologias emergentes que podem gerar benefícios econômicos e sociais. Nesse processo se procura entender as forças que orientam o futuro, antecipar e entender o percurso das mudanças, subsidiar o processo de tomada de decisões e priorizar as ações em ciência, tecnologia e inovação.
Ao contrário das previsões dos escritores ficcionistas, a prospecção hoje utiliza metodologias apropriadas sendo hoje uma atividade coletiva. Ela ganhou força a partir da década de 80 do século passado, face às profundas mudanças políticas, econômicas e tecnológicas. Em 1993 o Reino Unido criou o Programa de Prospecção Tecnológica com o objetivo de reunir cientistas, tecnólogos, empresas e consumidores para discutir o futuro.
Entre nós a iniciativa mais marcante foi à criação em 2001 do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) que vem desenvolvendo estudos com visão prospectiva, avaliação estratégica, informação em ciência, tecnologia e inovação. Nos exercícios de prospecção são identificadas áreas prioritárias que devem ser acompanhadas de avaliações dos impactos das tecnologias em várias dimensões como educação, saúde, meio ambiente, ética e as questões sociais. É absolutamente fundamental que os gestores públicos das áreas de ciência e tecnologia não se preocupem somente com os resultados a curto prazo, que podem render dividendos políticos, mas sim implantar projetos e ações que podem impactar a qualidade de vida das futuras gerações.
Inspirado no pensamento de John Dewey: "Todo grande progresso da ciência resultou de uma nova audácia da imaginação", devemos colocar a formação de recursos humanos como eixo central para o desenvolvimento científico e tecnológico. Independentemente das reflexões sobre as áreas estratégicas prioritárias a formação correta dos futuros pesquisadores deve ser moldada pela excelência e iniciada na educação infantil, principalmente entre zero a seis anos de idade, onde a curiosidade, a imaginação e o exercício do pensar deverão ser estimulados.
O objetivo do ensino fundamental e médio deverá ser o de dar competência ao estudante para que possa mobilizar os seus recursos cognitivos para a resolução de novos problemas e desafios. É importante identificar e desenvolver o talento de jovens estudantes com altas habilidades, através de programas educacionais bem estruturados. Os programas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para estudantes de ensino médio e universitário deverão ser ampliados e aperfeiçoados para alimentar os cursos de Pós-Graduação com estudantes familiarizados com o pensamento científico. Por sua vez esses cursos devem ser planejados para formar recursos humanos adequados nas áreas estratégicas priorizadas.
Planejar a ciência com o olhar para o futuro é colocar em prática o pensamento de Mahatma Gandhi que dizia: "O futuro dependerá daquilo que fazemos no presente".
* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.
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