segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO



"Uma atitude adequada é exercer o direito ao voto de forma consciente, apoiando governos comprometidos com a Educação, em todos os seus níveis, e não votando em candidatos que não priorizem a Educação em suas propostas e ações", afirma Fernando de Lima

Fonte: Diário de Cuiabá (MT)
Os ministros do Supremo Tribunal Federal condenaram os empresários e políticos denominados mensaleiros. Não deu outra, em sendo o Brasil um país carente de referências éticas, caíram nas graças dos brasileiros. Já existem milhares de criações na internet ressaltando as virtudes heróicas do ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, que tem sido aclamado por diferentes segmentos da sociedade. Nesse sentido, convenhamos: é bem melhor assim do que trocar de herói, a cada semana, em função do desempenho deste ou daquele jogador de futebol, deste ou daquele campeonato. Desta ou daquela divisão.
Existem, também, os que afirmam que carecemos de alguém com o perfil dele não apenas para estripar determinadas práticas do poder – nada republicanas – calcadas, em parte, na certeza, até então, da impunidade, mas para ser candidato a Presidente da República. Para essas pessoas, ao que parece, necessitamos de um Presidente Herói. Tal manifestação advém, a meu ver, do descrédito com a classe política de uma maneira em geral e com relação a determinados políticos, em particular. Todavia, é imperativo afirmar: Essa não é a solução para os males da política nacional e nem para minorar as desigualdades sociais que assolam o país.
Vale destacar que o ministro é um servidor público que está cumprindo exemplarmente seu dever. Ou seja, está fazendo o que diariamente fazem, sem os holofotes da imprensa, magistrados, promotores, procuradores e advogados na busca das garantias fundamentais e na aplicação do ordenamento jurídico, pelo país afora. Além disso, não se pode desconsiderar o fato de que parte de suas condenações foram rejeitadas pela maioria dos demais ministros que acompanharam o posicionamento do ministro revisor, eleito o vilão da vez. Ainda assim é inegável a contribuição do ministro relator, para o fortalecimento das instituições democráticas, no país.
A origem humilde, passando por uma infância em um lar onde não havia sofá, geladeira nem televisão. Só uma mesa com cadeiras. Trabalhando com o pai, ora ajudando a fazer tijolo, ora entregando lenha num caminhão velho que a família adquiriu em um período de maior prosperidade não impediu que se formasse em Direito, que fosse aprovado em dois concursos públicos e que fizesse doutorado na prestigiada Universidade de Sourbone, em Paris. Em acréscimo, que dominasse quatro idiomas, além do português, e que fosse Professor visitante na Universidade Columbia, em Nova York, e na Universidade da Califórnia.
Sem tirar o mérito da atitude do jovem Joaquim Barbosa de não se acomodar àquilo que o destino parecia lhe reservar, de não aceitar humilhações nem de levar desaforos para casa é preciso ressaltar com letras graúdas que sem a Educação sabe-se lá por onde andaria e o que estaria fazendo nos dias atuais. Sim, ele está onde está devido à Educação. E isso precisa ser dito e repetido. Aliás, esse é um bom exemplo do que a Educação é capaz de fazer na vida de alguém.

Evidentemente, há que se destacar a ambição do ilustre ministro, sem o que a Educação, muito embora tenha sido de grande valia, não poderia tanto. Lembremo-nos de que ter ambição é desejar ardentemente. É ter objetivos e se esforçar com afinco para que eles se realizem.

Por fim indago: Queremos mais exemplos de cidadãos como o servidor público Joaquim Barbosa? Ou, se assim preferirem, de heróis iguais a ele? Queremos menos violência e mais inclusão social? Então, preocupemo-nos mais e mais com a Educação: oportunidades e qualidade, em todos os rincões deste país. Essa é a saída. Nesse sentido, uma atitude adequada é exercer o direito ao voto de forma consciente, apoiando governos comprometidos com a Educação, em todos os seus níveis, e não votando em candidatos que não priorizem a Educação em suas propostas e em suas ações. Ficar, tão somente, identificando e aplaudindo os heróis de ocasião não basta.  

*FERNANDO NOGUEIRA DE LIMA é Professor e foi reitor da UFMT.fernandn@terra.com.br  
Blog rafaelrag com o professor Damásio de Guarabira

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