No mês da Consciência Negra na UEPB, em Guarabira, teve a criação do NEAB-Í
As celebrações em comemoração ao Dia da
Consciência Negra prosseguiram na quarta-feira (20), no Centro de
Humanidades (CH) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em
Guarabira. Durante a realização do 1º Seminário Construindo Metodologias
de Ensino com foco na Lei 10.639/03, um fato importante marcou o
último dia do evento: a implantação do Núcleo de Estudos e Pesquisas
Afro-Brasileiros e Indígenas (NEAB-Í) no Campus III da Instituição.
A criação do NEAB-Í em Guarabira contou
com a presença da professora Mojana Vargas, representante do NEAB-Í da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela salientou a importância do
núcleo na luta pelos direitos e pela melhoria da população negra no
Brasil. Além disso, ao enfatizar os 10 anos de criação da lei
10.639/2003, destacou que “a população negra é parte fundamental na
formação da sociedade brasileira. Por tal razão, nada mais justo que sua
história e cultura sejam transmitidas através do ensino”, disse.
Cerca de 80 universidades brasileiras,
de âmbito público e privado, já implantaram o NEAB-Í em suas
dependências. O Núcleo tem o propósito de refletir e discutir as
temáticas negra e indígena na sociedade brasileira, buscando fomentar
estudos, pesquisas e extensão, a partir do desenvolvimento de programas e
projetos em diversas áreas do conhecimento humano. Do projeto, fazem
parte professores e estudantes que desenvolvem trabalhos a partir do
referido eixo-temático.
A criação do NEAB-Í se deu, sobretudo,
devido à obrigatoriedade do ensino de História da África e da Cultura
Afro-Brasileira na Educação básica, imposta pela lei 10.639/2003. “Como
as universidades são por excelência espaços de formação de professores
(as), elas devem trabalhar com tal temática, e um espaço para isso é o
NEABI”, explicou o diretor do CH, professor Waldeci Ferreira Chagas.
Segundo a professora Ivonildes Fonseca,
que faz parte da comissão de implantação do NEABI/UEPB/Guarabira, a
criação desse núcleo se justifica devido à existência do histórico de
uma série de iniciativas de estudantes e professores do Centro de
Humanidades na mobilização de atividades acadêmicas, em diversas
modalidades, que contemplam o tema que norteia a História dos povos
africanos e indígenas.
“Nossa atuação, nesse sentido, teve
início em 2002, quando da realização da I Semana de Humanidades do CH,
cujo tema foi Educação e Cidadania. Já durante o período de setembro de
2003 a 2004, foi realizado o Curso Sequencial História e Cultura
Afro-Brasileira. Em outros eventos realizados no CH, a temática negra e
indígena esteve presente, seja através de palestras ou minicursos”,
salientou a docente.
A professora Ivonildes ressaltou que o
Núcleo terá a missão de sistematizar, produzir e difundir
conhecimentos, saberes e fazeres que contribuam para a promoção da
equidade racial e dos Direitos Humanos. “Nossa perspectiva é de que
ocorra a superação do racismo e de outras formas de discriminação. Com
isso, visamos a ampliação e consolidação da cidadania e dos direitos das
populações negras e indígenas no Brasil e, em particular, na Paraíba”,
enfatizou a professora.
Para o professor Waldeci, a criação do
NEAB-Í no Centro de Humanidades é de suma importância, sobretudo pelo
fato de existir no Câmpus III uma experiência no ensino, na pesquisa e
na extensão acerca do debate da história da cultura negra e indígena. “A
criação do NEAB-Í em Guarabira consolida o CH como um espaço de
pesquisa e extensão na área de história e cultura afrobrasileira”,
disse.
Com a formação da comissão
Pró-NEAB-Í/UEPB/Guarabira, composta por oito professores, 11 alunos e
colaboradores, a proposta de criação do Núcleo será encaminha ao
Departamento de Educação. Em seguida, será discutida no Conselho de
Centro e depois passará pela apreciação do Conselho Universitário
(Consuni), para que seja, a partir de então, institucionalizado com a
criação de uma resolução.
Blog rafaelrag com o portal da UEPB
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