segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO TEM VOTAÇÃO ADIADA PARA TERÇA, 17 DE DEZEMBRO

Decisão foi tomada após duas horas de debates entre defensores e opositores ao parecer do relator de Plenário, Eduardo Braga, que resgata proposta de Vital do Rêgo

Foi adiada para terça-feira a votação do novo Plano Nacional de Educação — PNE (PLC 103/2012). A decisão foi tomada após duas horas de debates entre senadores favoráveis e contrários ao parecer do líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Designado relator de Plenário, ele recomendou a votação do substitutivo de Vital do Rêgo (PMDB-PB), que retoma grande parte do texto aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Braga rejeitou o texto de Alvaro Dias (PSDB-PR), aprovado pela Comissão de Educação (CE) em sessão relâmpago que gerou grande polêmica pelo baixo quórum. O relator vetou também substitutivo de Cristovam Buarque (PDT-DF).
A proposta prevê a destinação, nos próximos dez anos, de 10% do produto interno bruto (PIB) para a Educação, a erradicação do Analfabetismo e a garantia do acesso universal à Escola, além de garantir os repasses do Fundeb às instituições que oferecem Ensino especial e manter a Educação inclusiva na Escola regular. Foi acrescida ao texto a meta 21, proposta por José Sarney (PMDB-AP), para estimular a produção científica com a formação de quatro doutores para cada mil habitantes.
Vital do Rêgo afirmou que, após três anos tramitando no Congresso, o PNE se consolida como “um plano de Estado para a Educação”. Para ele, o resultado do trabalho é uma carta de princípios que mostrará o compromisso do Brasil com o fim do Analfabetismo, com atendimento Escolar pleno e formação para o trabalho e cidadania.
Para Alvaro Dias (PSDB-PR), o Senado está desperdiçando a oportunidade de promover um “extraordinário salto de qualidade” por não responsabilizar gestores que descumprirem as metas nem prever uma lei de responsabilidade educacional.
— Ele não promoverá os avanços que poderíamos aqui decretar, se amarrássemos a ele os dispositivos de exigência e de responsabilidade educacional — lamentou.

Já José Sarney disse não ser “um entusiasta” do plano, para ele, uma “junção de retalhos” entre os interesses de diversos grupos. Por sua vez, Cristovam Buarque criticou a rejeição à proposta dele de expandir as Escolas federais para todo o país, aprimorar a carreira Docente e implantar a jornada integral.
— Eu gostaria de ter a chance de debater, em vez de a proposta ser recusada de uma maneira tão rápida — lamentou.
Jornal do Senado

Cristovam condena “retrocesso e enganação” de substitutivo
Durante a discussão do projeto do Plano Nacional de Educação (PNE) ontem, o senador Cristovam Buarque criticou duramente o substitutivo em votação, classificando-o de “enganação ao povo brasileiro” e “retrocesso” em relação ao relatório do senador Alvaro Dias aprovado na Comissão de Educação (CE). Cristovam defendeu um PNE que determine planos de longo prazo para remover do Brasil a pecha de país sem Educação.

— O PNE devia ter só duas metas: o Brasil vai estar entre os países com a melhor Educação do mundo, e o filho do mais pobre brasileiro vai ter acesso a uma Escola com a mesma qualidade do filho do mais rico — disse.
Segundo Cristovam, somente o governo federal pode executar a proposta da “revolução na Educação de base”, pois os custos são muito elevados para as prefeituras.
Braga garante que repasse às Apaes está assegurado
Segundo o líder do governo, Eduardo Braga, a meta 4 do PNE, que trata da Educação inclusiva, foi uma das áreas mais debatidas e negociadas.

De acordo com o senador, está assegurado o atendimento de crianças e jovens em Escolas inclusivas e também em instituições especializadas de Ensino.
— É uma decisão que o próprio usuário e a família poderão tomar para a ­formação adequada — disse.
Ao ser questionado por Ricardo Ferraço (PMDB-ES) sobre o repasse de recursos às Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes), Braga respondeu que o governo vai honrar os compromissos assumidos.
— Teremos contraturnos nas Apaes com matrículas e teremos repasses do Fundeb [Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação básica] — garantiu.
Alvaro diz que aprovação do projeto será motivo de tristeza
O senador Alvaro Dias criticou o Plano Nacional de Educação (PNE) da forma proposta pelo governo e disse que a aprovação dele será “razão para uma enorme tristeza”.

Alvaro fez várias críticas ao texto do senador Vital do Rêgo, apoiado pelo governo, e lamentou, por exemplo, a supressão de dispositivos que fortalecem o monitoramento do PNE e a responsabilização do alcance de metas.
— Todos os dispositivos que asseguravam o cumprimento do PNE foram extirpados. Monitoramento, avaliação constante, prazos para cumprir metas, fiscalização com o tribunal de contas, responsabilização — enumerou.
Segundo o senador, sem uma Lei de Responsabilidade Educacional, as metas serão “letra morta e enfeite de biblioteca”.
Fonte: Jornal do Senado (DF)
Blog rafaelrag com o blog do professor Damásio de Alagoinha

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