Algodão Colorido |
Os empresários
da Associação da Indústria do Vestuário da Paraíba - Aviest-PB estão
comemorando a safra recorde do algodão colorido orgânico, que começou a
ser colhida no assentamento Margarida Maria Alves, em Juarez Távora, no
Agreste paraibano. Em uma área de 25 hectares será colhida 1,5 tonelada
por hectare, em média, segundo a empresária Francisca Vieira. “É tanto
algodão que a ‘maçã’ - como é conhecido o capuchinho - está arriando do
pé”, comemora a empresária.
Apesar da
colheita do algodão colorido não ser a principal fonte de renda dos
agricultores daquela área - a renda vem da produção de feijão e milho,
principalmente -, em valores, a cada hectare colhido será arrecadado R$
5,6 mil. O quilo de pluma é vendido para a Aviest-PB a R$ 9,40, segundo
Francisca Vieira.
Ela disse que a
associação de empresários, que conta com oito empresas, fechou um
“contrato no chão” para os agricultores plantarem o algodão colorido em
uma determinada área do assentamento.
O processo de
colheita deve se estender até janeiro do próximo ano, e, a partir do
algodão nas mãos dos empresários, começa a “via crucis”, como enfatiza
Francisca Vieira, para transformar o produto em roupa. “Temos que tecer,
transformar em roupa e vender”, explica a empresária, criticando o
trabalho que deveria ser feito de uma forma mais direta pelos técnicos
da Emater - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba.
Os itens
produzidos por meio do algodão colorido orgânico já estão sendo levados
para as prateleiras de lojas de países como Alemanha, França, Estados
Unidos, entre outros. A novidade, segundo Francisca Vieira, é o
interesse do mercado japonês pelo algodão paraibano. Pelo menos dois
representantes que atuam em Tóquio estão negociando a comercialização de
produtos da moda feminina e acessórios, que serão expostos em um
showroom.
A empresária
disse que está seguindo para Tóquio no dia 26 para negociar a instalação
do espaço reservado no showroom e os preços a serem cobrados. Francisca
Vieira disse que a Aviest-PB tem uma carteira de seis distribuidores no
exterior, mas, com a queda na safra passada, que não chegou nem perto
das 10 toneladas, houve uma parada no processo de comercialização, já
que não havia matéria-prima para produção das peças. A atual safra,
estima a empresária, deve chegar a 30 toneladas.
O interesse dos
europeus pelo algodão colorido orgânico é tão forte, que uma equipe da
Biofach, considerada a maior feira de orgânicos do mundo, realizada na
Alemanha, estará no assentamento Margarida Alves em novembro. Francisca
Vieira disse que os alemães querem conhecer de perto a experiência dos
agricultores paraibanos como a do ‘Seu” Aloísio, dono de um dos 10 lotes
da região. “Nenhum agricultor utiliza fertilizante, é tudo esterco do
gado”, revela Dona Preta, como é conhecida a agricultura Margarida
Alves, tesoureira da Associação.
Blog rafaelrag com Mari Fuxico e Rildo
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