Adendo do blog rafaelrag. Enquanto não for construída a barragem de Pitombeiras, se passar um mês sem chover em Alagoa Grande, a população fica sofrendo com o racionamento d'água potável da CAGEPA. Após a participação do professor Rafael Rodrigues, para divulgar a programação de hoje, 24 de novembro, da consciência negra em Caiana dos Crioulos, no programa 850, edição do domingo da Rádio Rural de Guarabira, o radialista José Feliciano fez este alerta, pedindo união dos políticos para não deixar a população sofrer como em anos anteriores.
Moradores sofrem com a seca em Itaporanga-PB
(Créditos: Padre Djacy)
Não é só a falta de água para agricultura e
pecuária que aflige os sertanejos da Paraíba que enfrentam a pior seca
dos últimos 50 anos. Sede e fome começam a ameaçar a sobrevivência dos
moradores de comunidades rurais nos municípios do Vale do Piancó, no
Sertão, segundo o padre Djacy, conhecido ativista que denuncia nas redes
sociais as consequências da prolongada estiagem no estado.
Os programas sociais do Governo Federal,
como o Bolsa Família, têm sido as únicas fontes de recursos para muitos
desses sertanejos, que viviam da agricultura de subsistência. Água para
beber, apenas dos carros-pipas, que abastecem as localidades onde há
mais de um ano não chega água nas torneiras ou o fornecimento através de
açudes são insuficientes.
Em quatro meses padre Djacy já percorreu
mais de dez cidades do Vale do Piancó e atesta: “O que eu tenho visto é
muita miséria. Tive em várias comunidades rurais, como Diamante, Curral
Velho, Aguiar, Pedra Branca, Itaporanga e vi pessoas passando sede e
fome. Se não fossem os programas sociais muita gente já teria morrido.”,
contou o padre Djacy, emocionado.
Ele diz que moradias precárias e
principalmente a falta de comida têm se tornado comum em comunidades
rurais como essa. Nas visitas, além escutar os apelos dos sertanejos, o
ativista leva doações que recebe na igreja e até de pessoas de outros
estados que contribuem com a campanha.
Foto: Padre Djacy mostra situação precária da moradia de sertanejo em Itaporanga
Créditos: Reprodução/Facebook/Padre Djacy
“Crianças correm ao me ver chegar com
comida. As pessoas vêm ao meu encontro. Os adultos ficam esperando
porque sabem que posso trazer um pouco de alimento. Isso é o que me
assusta”, destacou.
A última cidade visitada pelo religioso foi
Itaporanga, a 420 quilômetros da capital paraibana. Na comunidade rural
Bela Vista, a situação de uma família chocou o padre, que já está
acostumado a ver a carência das pessoas que sofrem com os efeitos da
seca. “Eles vivem em uma situação precária. Moram em uma casa de taipa,
em condição subumana”.
Segundo ele, a família possuía um poço
artesiano de onde tirava água, mas o local agora está aterrado. Padre
Djacy relatou a emoção do chefe da família, Francisco Araújo, de 57 anos
ao mostrar o poço seco. “O senhor me mostrou o poço que está aterrado.
Com o tempo, ele foi se deteriorando e a família não teve dinheiro para
ajeitá-lo. O homem chegou a chorar. Era desse poço que ele tirava água
para a casa dele”.
O ativista ressaltou que a água própria para
beber que a família tem acesso é dos carros-pipas, mas muitas vezes, o
chefe da família busca o líquido escasso em um “açude de capacidade
média”. “Essa água é insalubre, imprópria para beber, porém, às vezes,
além de usá-la para lavar louça e roupa, ela é consumida por eles”.
Outra situação que chamou a atenção do padre
é que muitas crianças ajudam seus pais a irem buscar água no açude.
“Isso é muito comum. Na maioria das vezes os açudes são distantes, mas
as crianças acompanham seus pais”.
Foto: Crianças ajudam os pais a buscar água em açude
Créditos: Padre Djacy
Segundo padre Djacy, a família relatou que o
dinheiro que consegue para comprar comida é do Bolsa Família, mas para
ele, o auxílio do programa federal não é suficiente para resolver os
problemas das famílias que estão sofrendo. Em Itaporanga, 3.079 recebem o
benefício, com média de R$ 139 por mês, segundo dados do levantamento
informado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(MDS).
Padre Djacy apela para que o Governo do
Estado adote medidas mais efetivas para diminuir os efeitos da seca e
pede que cestas básicas sejam enviadas com urgências para as famílias
que estão passando fome.
“A cada dia que passa, percebo, graças as
minhas visitas às comunidades rurais, que a situação de milhares de
sertanejos vai ficando dramática. Mais um ano se passa, e os
agricultores nada colheram para a subsistência. Peço ao governo do
Estado, que por questão humanitária, envie, o quanto antes, cestas
básicas para as famílias que clamam por pão”, clamou.
Segundo a Agência Executiva de Gestão das
Águas (Aesa), 12 açudes estão completamente secos na Paraíba, são eles:
Emas, Serrote, Olivedos, Cabaceiras, Prata II, Santa Luzia, São José IV,
Chupadouro, São Mamede, Batista, São Francisco II e Várzea. Além
desses, outros 26 reservatórios estão em situação crítica com menos de
5% do seu volume total.
Foto: Crianças buscando água em açude
Créditos: Padre Djacy
Portal Correio
diariodobrejo.com
Blog rafaelrag com ararunagora
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