A militância
partidária ligada ao movimento do “politicamente correto”, hoje, apresenta um
questionamento geral a respeito dos valores que construíram a sociedade
contemporânea. Dentre os valores questionados encontram-se os associados ao
conceito de família.
O núcleo básico da família -
constituído de um homem, uma mulher e seus filhos - é o que sofre maiores
questionamentos. Até mesmo o conceito casamento está
sendo posto em discussão. Alguns dizem que este é um conceito de raízes
religiosas, e cristão burguês, que deve ser substituído por um conceito mais
laico, como sendo um acordo de
acasalamento.
Nesse chamado acordo de
acasalamento não estaria implícito o desejo de unir-se para procriar, mas o de
unir-se por amizade, por afinidades e, até, por outros desejos. Assim, não
haveria a exigência dos pares serem de sexos opostos: um homem e uma mulher.
Não vemos óbice na existência
simultânea do casamento que gera uma família religiosa (sagrada), com o acordo de acasalamento que pode gerar apenas a família
laica. O que não é possível, no meu entendimento, é a identificação do primeiro
com o segundo. Como também, a meu ver, não é aceitável considerar arcaicos os
valores associados à família religiosa.
Um casal homossexual, por
exemplo, pode requerer um pedido de reconhecimento civil da sua relação social
como um acordo de acasalamento. Entretanto, compreendo, não deve ser deferido o
pedido de um sacramento religioso para esta relação. Pelo menos no que se
refere ao ministrado pela Igreja Católica Apostólica Romana, existindo uma
contradição nos termos, uma negação do conceito de casamento religioso.
O casamento,
além de ser um ato civil - portanto laico -, é antes de tudo uma ação
religiosa. Já um relacionamento que venha a ser oficializado como um casamento
civil, sem que tenha havido um sacramento de união, pode ser considerado apenas
um acordo de acasalamento. Podendo, neste caso, também ser entre pessoas de
sexos opostos.
Por que, então, a existência
de um movimento que busca identificar o acasalamento homossexual com o
casamento?
Temos recebido como resposta
a afirmativa de que se trata de acabar com a hipocrisia do casamento,
instituindo a igualdade ampla, geral e irrestrita nas formas de relacionamentos
humanos. Seria isso? Outros falam no combate à discriminação. O que vocês
acham?
Percebemos que apenas
discursos ideológicos são propagados e que visam colocar um véu escuro no
objetivo concreto do movimento: minimizar os valores familiares e, com isso,
enfraquecer o estado de direito - que fundamenta o regime capitalista de
governo.
A meu ver, instituir o
acasalamento homossexual como equivalente ao casamento é a forma mais explícita
de pôr em cima da ordem a anarquia proposta pelos visionários do socialismo
utópico. Todavia, há um equívoco tremendo neste movimento de igualdade sexual
ao pensar que há como viver as delícias propiciadas pelo sistema capitalista de
produção, e simultaneamente, destruir as suas bases de sustentação. Dentre
elas, a mais importante, a família.
Neste cenário, o maçom é
chamado. Esse chamamento é, mais do que tudo, um pedido de combate ao movimento
que visa destruir a família. Não com passeatas, com listas de assinaturas ou
outros manifestos. Num primeiro passo, o maçom precisa combater este movimento
consolidando a sua família. Sendo cada vez mais um exemplo de esposo, de pai e
de filho. Desta forma, trabalhando esse padrão de família sagrada, propiciar um
lar pleno de amor aos seus familiares e amigos.
Neste chamamento é primordial
que o maçom tenha em mente a importância de uma maior atenção a sua companheira
e filhos - ao sagrado - do que aos desafios do mundo profano, de onde tira a
subsistência financeira de sua família – lembrando que é melhor oferecer
atenção, amor e carinho aos seus familiares do que presentes e conforto
material.
Nesse mundo profano, podemos
perceber que um novo desafio é apresentado a cada instante e que também novos
modelos são apresentados constantemente como marcas e comportamentos de uma
modernidade, de certo modo facilitadora, e de um poder, a seu modo libertário.
Onde, na maioria das vezes, apresentam-se como contraponto ou combate à
organização e aos valores sociais vigentes, mesmo aos harmônicos, democráticos,
justos e tidos como eficientes.
Por fim: não é produzindo
mais bens materiais ou criando novos comportamentos que haveremos de defender o
estado de direito. Mas, sim, oferecendo amor, atenção, zelo, dedicação, carinho
aos nossos familiares - em particular a companheira, que é o inicio de tudo.
Deste modo, no reconhecimento dela (e por ela) precisamos adormecer e acordar,
todos os dias, com a marca no coração do beijo recebido.
Blog rafaelrag com o professor Hiram de Melo da UFCG
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