sábado, 18 de maio de 2013

Casamento: o modelo e a modernidade


A militância partidária ligada ao movimento do “politicamente correto”, hoje, apresenta um questionamento geral a respeito dos valores que construíram a sociedade contemporânea. Dentre os valores questionados encontram-se os associados ao conceito de família.

O núcleo básico da família - constituído de um homem, uma mulher e seus filhos - é o que sofre maiores questionamentos. Até mesmo o conceito casamento está sendo posto em discussão. Alguns dizem que este é um conceito de raízes religiosas, e cristão burguês, que deve ser substituído por um conceito mais laico, como sendo um acordo de acasalamento.

Nesse chamado acordo de acasalamento não estaria implícito o desejo de unir-se para procriar, mas o de unir-se por amizade, por afinidades e, até, por outros desejos. Assim, não haveria a exigência dos pares serem de sexos opostos: um homem e uma mulher.

Não vemos óbice na existência simultânea do casamento que gera uma família religiosa (sagrada), com o acordo de acasalamento que pode gerar apenas a família laica. O que não é possível, no meu entendimento, é a identificação do primeiro com o segundo. Como também, a meu ver, não é aceitável considerar arcaicos os valores associados à família religiosa.

Um casal homossexual, por exemplo, pode requerer um pedido de reconhecimento civil da sua relação social como um acordo de acasalamento. Entretanto, compreendo, não deve ser deferido o pedido de um sacramento religioso para esta relação. Pelo menos no que se refere ao ministrado pela Igreja Católica Apostólica Romana, existindo uma contradição nos termos, uma negação do conceito de casamento religioso.

O casamento, além de ser um ato civil - portanto laico -, é antes de tudo uma ação religiosa. Já um relacionamento que venha a ser oficializado como um casamento civil, sem que tenha havido um sacramento de união, pode ser considerado apenas um acordo de acasalamento. Podendo, neste caso, também ser entre pessoas de sexos opostos.

Por que, então, a existência de um movimento que busca identificar o acasalamento homossexual com o casamento?

Temos recebido como resposta a afirmativa de que se trata de acabar com a hipocrisia do casamento, instituindo a igualdade ampla, geral e irrestrita nas formas de relacionamentos humanos. Seria isso? Outros falam no combate à discriminação. O que vocês acham?

Percebemos que apenas discursos ideológicos são propagados e que visam colocar um véu escuro no objetivo concreto do movimento: minimizar os valores familiares e, com isso, enfraquecer o estado de direito - que fundamenta o regime capitalista de governo.

A meu ver, instituir o acasalamento homossexual como equivalente ao casamento é a forma mais explícita de pôr em cima da ordem a anarquia proposta pelos visionários do socialismo utópico. Todavia, há um equívoco tremendo neste movimento de igualdade sexual ao pensar que há como viver as delícias propiciadas pelo sistema capitalista de produção, e simultaneamente, destruir as suas bases de sustentação. Dentre elas, a mais importante, a família.

Neste cenário, o maçom é chamado. Esse chamamento é, mais do que tudo, um pedido de combate ao movimento que visa destruir a família. Não com passeatas, com listas de assinaturas ou outros manifestos. Num primeiro passo, o maçom precisa combater este movimento consolidando a sua família. Sendo cada vez mais um exemplo de esposo, de pai e de filho. Desta forma, trabalhando esse padrão de família sagrada, propiciar um lar pleno de amor aos seus familiares e amigos.

Neste chamamento é primordial que o maçom tenha em mente a importância de uma maior atenção a sua companheira e filhos - ao sagrado - do que aos desafios do mundo profano, de onde tira a subsistência financeira de sua família – lembrando que é melhor oferecer atenção, amor e carinho aos seus familiares do que presentes e conforto material.

Nesse mundo profano, podemos perceber que um novo desafio é apresentado a cada instante e que também novos modelos são apresentados constantemente como marcas e comportamentos de uma modernidade, de certo modo facilitadora, e de um poder, a seu modo libertário. Onde, na maioria das vezes, apresentam-se como contraponto ou combate à organização e aos valores sociais vigentes, mesmo aos harmônicos, democráticos, justos e tidos como eficientes.

Por fim: não é produzindo mais bens materiais ou criando novos comportamentos que haveremos de defender o estado de direito. Mas, sim, oferecendo amor, atenção, zelo, dedicação, carinho aos nossos familiares - em particular a companheira, que é o inicio de tudo. Deste modo, no reconhecimento dela (e por ela) precisamos adormecer e acordar, todos os dias, com a marca no coração do beijo recebido.
Blog rafaelrag com o professor Hiram de Melo da UFCG

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