O
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
realizou, entre os dias 08 e 09 de outubro, o complemento da 4° Reunião
de Trabalho com Pró-Reitores de Pesquisa e Coordenadores do
PIBIC/PIBIC-Af/PIBIT. O encontro que teve como objetivo debater o
cenário para 2014, dos programas relacionados à Iniciação Científica
(IC), foi iniciado na última reunião anual da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência (SBPC), realizada na cidade de Recife (PE).
O
presidente Glaucius Oliva e a diretora de Cooperação Institucional
(DCOI/CNPq), Liane Hentschke, participaram da reunião. A iniciação
científica é um modelo de pesquisa acadêmica desenvolvida por alunos de
graduação nas universidades brasileiras, em diversas áreas do
conhecimento. Em geral, os estudantes que se dedicam a esta atividade
possuem pouca ou nenhuma experiência em trabalhos de pesquisa
científica, sendo acompanhados por orientadores durante a função.
Para
Glaucius, a iniciação científica possui contribuições marcantes para o
desenvolvimento nacional ao longo da história. “O IC é a raiz do CNPq.
Nasceu em 1951 para fornecer bolsas de demandas originadas por
pesquisadores de São Paulo e Rio de Janeiro, e tem, cada vez mais,
preenchido um papel essencial no cenário científico brasileiro”,
acredita. “Atualmente, temos agências federais envolvidas, além das
estaduais, oferecendo experiências práticas para o desenvolvimento dos
bolsistas”, completou.
Criado
em 1988, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
(PIBIC)foi o primeiro programa institucional estruturado para a
iniciação científica nacional. “Com isso demos um salto de qualidade,
pois mudamos o foco anterior. Antes o pesquisador apresentava sua
demanda de bolsas de acordo com sua necessidade e era atendido”,
lembrou. “Após a criação, a bolsa IC ganhou um caráter mais voltado ao
estudante, visando a qualidade da formação educacional e pedagógica”,
destacou Glaucius.
De
acordo com o presidente, a iniciação científica adotada no Brasil, é o
modelo moderno que está sendo proposto pelo mundo atualmente. “Pudemos
constatar esse fato através do nosso Programa de Internacionalização,
destinado a conhecer novas metodologias empregadas, entre outras
funções”, diz.
Ele
acrescenta que o processo de formação agrega tanto para o ensino
superior quanto para o bolsista. “O aluno se engaja e é o empreendedor
do seu processo de formação. Isso é o que o ambiente externo
profissional necessita. Habilidades, competências e interesse para
compor o aprendizado, que ofereçam soluções de qualidade aplicáveis à
realidade”, descreveu. “Esta é a dinâmica exigida hoje, tanto no mercado
de trabalho quanto nas instituições acadêmicas, e isso só o IC oferece
na formação”, disse.
Reestruturação
Segundo
Glaucius, a iniciativa inovadora empregada na iniciação científica foi o
fator estimulante para a reestruturação dos demais programas do CNPq,
em formatos semelhantes. “E ainda temos como objetivo incluir todas as
necessidades dos projetos de pesquisa em apenas uma demanda, entre eles
os recursos humanos e os financiamentos de custeio, criando assim uma
alínea única para o investimento”, enfatizou. “Isso já consta no marco
regulatório da ciência brasileira que está circulando no congresso
nacional, pois seria importante para programas como esse, que são
essenciais e centrais na política de fomento do CNPq”.
O
presidente destacou, ainda, que os programas de Iniciação Científica
estão ganhando importância no cenário nacional privado. “Temos
financiado com recursos exclusivamente do CNPq cerca de 25 mil bolsas
todos os anos. E elas têm servido de parâmetro para avaliar o interesse
dos alunos por atividades complementares a sua formação tradicional,
como no caso dos processos de seleção que vem sendo instituídos por RHs
de empresas”.
O
CNPq vem procurando criar ambientes mais favoráveis à ampliação do
número de projetos de pesquisas científicas no país, sem contar
exclusivamente com recursos destinados para o setor. “Neste ano,
aproximadamente 30 editais contaram com recursos de outros ministérios,
além do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Assim,
conseguimos arrecadar mais de R$ 300 milhões para projetos”, informou.
“Acredito que a iniciação científica possui margem para buscar parcerias
externas semelhantes, visando o financiamento de bolsas relacionadas
aos projetos de interesse, sejam públicos ou privados, de forma regional
ou específica”, opinou.
A
diretora de Cooperação Institucional (DCOI/CNPq), Liane Hentschke,
corroborou com a opinião do presidente e acrescentou que a comunidade
científica brasileira já há algum tempo produz muito, mas ainda divulga
pouco. “Esperamos proporcionar uma nova visão, onde a ampliação da
capacitação dos recursos humanos, o acompanhamento intrínseco dos
programas e a criação de projetos de grande vulto em conjunto, estejam
naturalmente inseridos na cultura dos pesquisadores”, concluiu.
O
CNPq possui um programa estruturado para bolsas de iniciação científica
financiado com recursos próprios e externos. As modalidades que estão
sendo geridas pelo programa institucional do conselho ou contam com
parcerias estabelecidas, em 2013, são: PIBIC (24.210 bolsas); PIBIC-EM
(5.588 bolsas); Fap´s (4.359 bolsas); Obmep/Impa (3.200 bolsas); PIBIT
(3.094 bolsas); PIBIC-Af (800 bolsas); e PICME/Impa (650 bolsas). Outra
modalidade do programa ainda deve ser criada, mas não há prazo
estipulado para isso.
(CNPq)
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