Preocupados
com fórmulas de física e regras gramaticais, muitos estudantes fazem a
prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sem saber como é feita a
correção e o cálculo da nota.
Uma
pesquisa divulgada pelo Ibope, em julho, apontou que dos 1.953
estudantes ouvidos, 86% deles entendem mais ou menos ou não entendem
como são pontuados.
No
Enem, a correção é feita usando a metodologia da Teoria de Resposta ao
Item (TRI), em que o valor de cada questão varia conforme o percentual
de acertos e erros dos estudantes naquele item. Assim, um item em que
grande número dos candidatos acertaram será considerado fácil e, por
essa razão, valerá menos pontos. Já o estudante que acertar uma questão
com alto índice de erros ganhará mais pontos por aquele item.
Dessa
forma, não é possível calcular a nota final apenas contabilizando o
número de erros e acertos em cada uma das provas. Por isso, um candidato
que acerta o mesmo número de questões que outro não significa que terão
a mesma pontuação. O estudante só tem como saber a nota final no Enem
quando o resultado sair.
A
correção da redação é mais simples e passou por mudanças este ano, após
a polêmica ocorrida no ano passado, quando um candidato obteve a nota
máxima na redação mesmo com a inserção de um trecho de receita de
macarrão instantâneo no texto. Nesta edição do Enem, o Ministério da
Educação (MEC) definiu que se forem inseridos trechos indevidos na
redação, o candidato será eliminado.
A
redação é avaliada por dois corretores, sem que um saiba a nota
atribuída pelo outro. No texto, são avaliadas cinco competências:
domínio da norma culta da língua portuguesa, compreensão e
desenvolvimento do tema usando várias áreas do conhecimento; defesa de
um ponto de vista; argumentos e proposta de intervenção para o problema e
respeitar os direitos humanos, segundo o Guia de Redação para o Enem,
divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep).
O
corretor deverá atribuir nota de zero a 200 pontos para cada uma das
competências. A soma (da pontuação de cada competência) vai resultar na
nota total, que pode chegar a mil pontos. A nota final do candidato será
a média aritmética das notas totais concedidas pelos dois avaliadores.
Se
entre as notas totais dos dois corretores houver diferença superior de
100 pontos ou de mais de 80 pontos em qualquer uma das cinco
competências, a redação segue para um terceiro avaliador. Nesse caso, a
nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se
aproximarem. No caso de a discrepância continuar depois da terceira
avaliação, a redação será corrigida por uma banca com três professores,
que vai dar a nota final.
A
diferença de 100 pontos que leva a correção do texto para um terceiro
avaliador é uma das mudanças que passam a vigorar este ano. Antes, a
diferença era 200 pontos. O MEC estima que 52% das redações do Enem 2013
vão passar por um terceiro corretor. Para dar conta desse volume, o
número de avaliadores contratados subiu de 5,6 mil em 2012 para 9,5 mil
este ano.
Desde
o Enem de 2012, o estudante pode ter acesso ao texto corrigido para
fins pedagógicos, ver como foi a correção por competência. No entanto, o
candidato não pode questionar a correção e pedir a revisão da nota, de
acordo com o edital do exame.
Segundo
o guia, é opcional dar título à redação e a letra legível é exigida
para que a prova seja corrigida. Ao escrever o texto, o candidato
precisa defender uma opinião sobre o tema apoiada em argumentos
consistentes e, por fim, elaborar uma proposta de intervenção social
para o problema apresentado.
As provas do Enem serão aplicadas no próximo sábado (26) e domingo (27), com mais de 7,1 milhões de inscritos.
(Agência Brasil)
Blog rafaelrag
Nenhum comentário:
Postar um comentário