A greve dos professores e técnicos administrativos da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) completou um mês ontem, terça-feira (26). Com a paralisação, cerca de 20 mil alunos estão sem aulas em oito campi. Os docentes reivindicam um reajuste salarial de 17,7% e melhorias na infraestrutura. Segundo o reitor da UEPB, Antonio Rangel Júnior, a paralisação de 30 dias impede o cumprimento do ano letivo ainda em 2013.
"O período letivo não tem a menor condição de ser concluído dentro do semestre como era previsto, já temos as férias de julho comprometidas e as de dezembro e janeiro também parcialmente comprometidas. O ano letivo não se encerra mais em 2013, pois se foram mais de 30 dias de aulas perdidas e não se pode imprensar o calendário porque os programas precisam ser cumpridos", relatou Rangel Júnior.
O presidente da Associação dos Docentes da UEPB (AduePB), José Cristovão de Andrade, afirmou que, mesmo após completar um mês sem aulas, a universidade não encaminhou nenhuma contraproposta. "Estamos mobilizando todos os campi, mas não houve nenhum retorno. Aguardamos que até o próximo dia 3, quando acontece um debate na Assembleia Legislativa, a reitoria nos dê alguma resposta, porque até o momento nenhuma contraproposta foi feita", comentou.
O reitor da UEPB, Antônio Rangel Júnior, explicou que a greve não funciona como instrumento de pressão, uma vez que o orçamento institucional para 2013 já está definido. "Se a intenção da greve é fazer com que a reitoria conceda reajuste, o problema não está na vontade do reitor. A reitoria não tem disponibilidade de recursos, os sindicatos sabem e isso já é dito há mais de um mês. O orçamento foi definido no ano passado", explicou.
Na quarta-feira (27), será realizado um debate sobre a precarização das universidades públicas em João Pessoa, de acordo com a AduePB. Ainda conforme Andrade, caso não haja uma discussão sobre as reivindicações, a classe pretende estender a greve para a pós-graduação. "Conseguimos o apoio dos docentes da pós-graduação de Letras, Serviço Social e Matemática. A nossa intenção, caso não haja uma evolução nas negociações, é radicalizar, levar a paralisação para a pós-graduação em todos os campi", relatou.
Com G1
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