Os documentos encontrados dentro do helicóptero que sofreu um acidente em Bertioga, no litoral de São Paulo, na manhã de sábado (27 de dezembro), pertenciam ao casal Marcelo Müller e Lumara Rocha Passos Müller. Também foram localizados documentos de Geórgia Passos Müller, de dois anos, que seria a filha do casal. Ao todo, cinco pessoas morreram durante a queda. Além do casal e da criança, uma adolescente, que seria a babá de Geórgia, e o piloto estão entre as vítimas.
Casal de Ribeirão Preto e a filha morreram durante queda de avião em Bertioga, SP (Foto: Reprodução/Facebook)
Marcelo Muller, de 33 anos, é natural de Ribeirão Preto, no interior paulista, e era acionista da Companhia Müller de Bebidas, Pirassununga 51. Marcelo era neto do fundador da empresa, Guilherme Müller. Já Lumara, de 31 anos, era diretora de vendas em uma emissora de televisão em São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, o piloto da aeronave foi identificado como sendo Thiago Yamamoto. Já a adolescente ainda não teve a identidade confirmada pelas autoridades.
Hospital
A família tinha como destino um hospital de São Paulo, onde trataria uma virose que a filha Geórgia havia contraído. A aeronave saiu de um condomínio em Guarujá, onde também estão hospedadas a mãe e a avó de Lumara. Elas, entretanto, preferiram não acompanhar a família até a unidade de saúde. De acordo com um familiar, a menina ficou doente após uma viagem internacional. "A menina pegou uma virose em uma viagem recente aos Estados Unidos e acordou mal, com febre. Eles saíram às pressas logo cedo para levá-la a um hospital em São Paulo", diz.
Queda
Uma aeronave caiu próximo à Rodovia Rio-Santos, na altura do município de Bertioga, no litoral de São Paulo, na manhã deste sábado. De acordo informações do Corpo de Bombeiros, cinco pessoas morreram no acidente, entre elas uma criança, uma adolescente e dois adultos - que seriam o casal, a filha e a babá da criança -, além do piloto. A aeronave explodiu ao bater no chão. Uma equipe do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos se dirige ao local para apurar a ocorrência.
Segundo os bombeiros, a queda do helicóptero modelo Esquilo ocorreu na altura do Km 229 da rodovia, em uma área de mata próxima ao Rio Itapanhaú. A aeronave decolou do Condomínio Iporanga, em Guarujá, e caiu poucos minutos depois. O helicóptero seguiria para a Capital.
Uma equipe do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), da capital paulista, se dirige ao local do acidente para apurar a ocorrência. A área foi isolada pela Defesa Civil, os corpos permanecem no local e passam por perícia.
O G1 entrou em contato com a Helimarte Táxi Aéreo Ltda, proprietária do helicóptero prefixo PT-HNC. Por meio de nota, a empresa confirmou o acidente e informou que está colaborando com todos os procedimentos de resgate e apuração e que a aeronave estava em perfeitas condições de voo e aeronavegabilidade. A Helimarte lamenta ainda a perda das vidas dos passageiros e do piloto, e se solidariza com suas famílias.
O helicóptero com prefixo PT-HNC modelo Esquilo que caiu no litoral de São Paulo na manhã deste sábado já havia se envolvido em um acidente em 2006 na Capital, segundo relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
O relatório do Cenipa emitido em julho de 2010 aponta que, em 4 de setembro de 2006, o helicóptero de uma empresa de taxi aéreo pousava no pátio do estacionamento do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, e ao realizar o giro de cauda para a parada, colidiu contra uma das pás do rotor principal do helicóptero de prefixo PT-HNC, que estava estacionado.
A Helimarte confirmou o acidente envolvendo a aeronave, mas não deu detalhes do ocorrido nem os nomes das vítimas. A empresa não havia comentado até esta publicação o relatório do Cenipa sobre a colisão em 2006.
A investigação da Aeronáutica gerou um Recomendação de Segurança de Voo (RSV), que é um documento emitido para que os operadores, pilotos e administradores de aeroportos tomem conhecimento do ocorrido.
Segundo a Anac, a situação da aeronave PT-HNC é regular e a última inspeção de manutenção foi feita em 11 de fevereiro deste ano, sendo válida até 11 de fevereiro de 2015. A aeronave foi comprada pela Helimarte Táxi Aéreo em 2008 e tem Certificado de Aeronavegabilidade válido até 2020. A data de fabricação não foi informada pela Anac nem pela empresa.
Até esta publicação, o G1 não havia localizado os técnicos do Cenipa para saber se pode haver relação entre o acidente registrado em 2006 e o deste sábado no litoral.
Blog rafaelrag com Crisitiano Alves, via o portal G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário