terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

REFLEXÕES SOBRE CULTURA ALAGOAGRANDENSE. PIERROT: ENTRE LETRAS E FOTOGRAFIA.

Texto escrito por Deusemar Chaves
Sou aquele Pierot que te abraçou, que te beijou, meu amor, minha cidade dos carnavais de outrora...
Pelas ruas, o Zé Pereira arrasta os que insistem em ficar. Aqui e acolá, um urso a perambular. Na antiga Praça do Carrapicho, um Papangu empunhando uma mochila, num gesto solitário a mendigar... "me dá um dinheiro aí!" 
Vai, Papangu... Ainda bem que te antecipaste, pois, logo, logo, teremos não mais tu, mas aqueles onze e mais alguns de mochila na mão, não, mas, de maleta empunhada, em noites sombrias, à caça de votos dos miseráveis em qualquer lugar para comprar. 
É justamente por causa do silêncio daqueles que a cidade silenciou... é por causa da covardia de apenas 11, que muito mais de onze se acovardaram... Agora, estamos empacados sem ter o que comemorar, nem fazer. O carnaval deles não é o nosso. Eles estão em outro lugar, pulando em terreiro alheio.
Em passos de frevo, outras cidades pulam pra gente ver, como se por aqui, qualquer evento festivo simbolizasse pecado em cidade de retirantes. Se brinca lá fora: Bahia da Traição, Areia, Alagoinha, Recife, João Pessoa, Jacumã, Lucena... mas, não por aqui.
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Vai Zé Pereira... A cidade de Alcione Beltrão, oportunamente lembrada por Saulo, já foi por mim cantada em momentos bem anteriores: "Alagoinha vai passar Alagoa Grande"; Juarez Távora vem no rastro. Não era profecia, tampouco desejo. Mas, há de se dizer: "o defeito ta na vista"! Já não há mais festa alguma, nem mesmo carnaval. Existe, sim, o desejo deles de ter a cidade, como propriedade sua, extensão do terreiro de suas casas. 
Coincidência, propósito... sei lá o quê, mas a turma do Zé fez bonito ao se espalhar no largo do Clube 31 que foi tombado pela ganância, para dar lucro e votos em detrimento da diversão e de outros carnavais. A cidade, assim deserta, é melhor para 11+2 =13, não é? Dois que dividem uma população de quase 30 mil... um que sobe, outro que desce. 
Que nem um assombro de Papangu, que pânico causa a mais ingênua das crianças, vivem, eles, a nos atormentar nesta matemática de poucas somas em que "x" e "y" são fáceis de se encontrar. Por isso, continuarei sendo aquele Pierrot que um dia pulou todas as varandas possíveis, para no salão do 31 a Colombina encontrar. 
Continuarei te dando o mais sincero beijo minha amada! Te defenderei com todas as garras, entre letras e fotografias. Jamais te abandonarei, nem aceitarei ser tangido de Alagoa Grande.









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