terça-feira, 26 de maio de 2015

Reitoria realiza cortes de 30% antes mesmo do MEC definir orçamento para 2015

O corte de repasses para as instituições federais de ensino superior adotado pelo Governo Federal para garantir o pagamento dos juros e do serviço da dívida para os banqueiros já fez a Reitoria da UFCG adotar uma redução de 30% nos gastos, antes mesmo dela saber qual será o impacto da redução do orçamento do Ministério da Educação para o setor das IFES.
A revelação foi feita pela Reitoria as diretorias da ADUFCG e da ADUC, que participaram na sexta-feira (22/05) de uma audiência, com o reitor Edilson Amorim, para discutir a pauta de reivindicação local das entidades. No encontro também participaram o vice-reitor, Vicemário Simões, pró-reitor de ensino, Luciano Barosi e superintendente de recursos humanos Homero Rodrigues. Representando a ADUFCG participaram os diretores Luciano Mendonça, Sinedei Moura, Elisangela Porto, João Batista, Roberto Miranda, Antonio Berto, Tiago Iwasawa, além de um representante da ADUC e do professor Josevaldo Cunha.

O reitor também informou para as seções sindicais que a prioridade adotada pela gestão da universidade é o pagamento das bolsas, dos servidores terceirizados, dos serviços de água, luz e telefonia, seguidos dos gastos com combustível, diárias e passagens. 
O reitor revelou que a aguarda do MEC informações precisas sobre qual será o orçamento da UFCG para esse ano, já que os cortes foram definidos na sexta-feira, pela presidente Dilma Rousseff. Em 2014, a UFCG conseguiu executar do orçamento R$ 61 milhões de reais em investimentos, R$ 96 milhões em gastos de custeio e R$ 400 milhões em salários de seus servidores. Ainda não conseguiu empenhar cerca de R$ 20 milhões. 
O tamanho do impacto dos cortes financeiros que tem tido imposto pelo Governo Federal foi um itens da pauta apresentada pela ADUFCG e ADUC a Reitoria, já que têm contribuído para aprofundar a precarização do trabalho docente, com consequência direta na falta de condições de ensino, pesquisa e extensão.

TERCEIRIZADOS

O reitor da UFCG informou que a redução nos repasse do Governo Federal para a UFCG desde o final do ano passado estão provocando a crise de pagamento para as 11 empresas terceirizadas que hoje atuam na universidade. Ele garante que só foi possível realizar o pagamento do mês de março.
Na audiência, representantes da ADUFCG cobraram da Reitoria uma ação mais contundente para apurar e punir as empresas terceirizadas que estão cotidianamente praticando perseguições e assédio moral contra trabalhadores terceirizados, conforme inúmeros relatos apresentados em várias reuniões dessa categoria. O reitor Edilson se comprometeu a apurar as denúncias.
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Uma das informações reveladoras sobre a situação da terceirização na UFCG e que foi repassada pela Reitoria é que atualmente o número desses trabalhadores já é maior que os servidores efetivos. Hoje, são 1.200 terceirizados e 1.100 servidores estatutários.
GREVE
Em relação a iminente greve dos docentes das IFES, o reitor se comprometeu a incluir o tema na pauta da próxima reunião do Colegiado Universitário, caso a categoria aprove a paralisação na assembleia de amanhã, para que a instituição se posicione sobre o movimento. Na Greve de 2012, o Colegiado aprovou o apoio à paralisação.
EBSERH
Em relação ao processo autoritário de adesão administrativa da UFCG a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh, praticado pela Reitoria, foi informado que a Reitoria aguarda o envio da proposta de contrato pela empresa. O reitor garantiu que levará a proposta de contrato para ser apreciada nos Conselhos Deliberativos dos Hospitais Universitários Alcides Carneiro e Júlio Bandeira, como também para o Conselho Universitário.
A ADUFCG reafirmou sua posição de discordância em relação ao caráter autoritário e mercantil que foi adotado pela Reitoria, quando realizou a adesão da instituição a Empresa, lembrando que continuará sua luta as esferas políticas, administrativa e jurídica contra a iniciativa, sobretudo porque as várias experiências da Ebserh tem mostrado o fracasso da sua atuação


PROGRESSÃO E CPPD

A ADUFCG fez duras críticas ao processo de elaboração e apreciação das resoluções elaboradas pela Reitoria para a reestruturação da Comissão Permanente de Pessoal Docente – CPPD e de progressão na carreira docente, em discussão na Câmara de Gestão, mostrando que além de antidemocrático ele está longe de atender as necessidades e demandas dos docentes, impondo padrões produtivistas e de meritocracia, contrariando o projeto de carreira única do ANDES-SN, que defende o equilíbrio entre os critérios docente titulação, tempo de serviço e experiência adquirida. As exigências prevista na resolução tornam praticamente inatingíveis a progressão para muitos professores, principalmente dos campi fora sede e onde inexistem programas de pós-graduação.
A Reitoria acatou várias críticas e concordou em suspender a tramitação das resoluções até que a ADUFCG apresentem sugestões e propostas de modificação. A entidade também sugeriu a realização de audiências em todos os campi para ouvir os professores e suas demandas.
Blog rafaelrag com  ADUFCG - 24/05/2015

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