sexta-feira, 6 de junho de 2014

Novo estudo reforça teoria de que colisão gigantesca deu à Terra sua Lua


RIO – Há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando o Sistema Solar ainda estava se formando, diversos corpos planetários vagavam pelo espaço em torno do Sol, alguns deles ocupando órbitas muito próximas. Neste cenário aparentemente caótico, era apenas uma questão de tempo até que dois deles colidissem, e muitos cientistas acreditam que foi um destes gigantescos choques que deu à Terra a sua Lua. Agora, novas análises de isótopos de oxigênio encontrados em amostras de rochas lunares trazidas pelas missões Apollo e meteoritos reforçam esta teoria, já que se sabe a relação da presença de isótopos deste elemento e outros como titânio e silício varia entre os diversos objetos do Sistema Solar. 

De acordo com estudo publicado na edição desta semana da revista “Science”, há uma leve diferença na relação dos isótopos oxigênio-16 e oxigênio-17 presente nas pedras lunares da encontrada nas rochas terrestres, de mais apenas 12±3 partes por milhão. Segundo os cientistas, embora pequena, esta diferença é suficiente para sugerir que a Lua foi mesmo formada em boa parte dos destroços de um corpo planetário com tamanho aproximado de Marte, batizado Teia, que colidiu com a Terra 4,5 bilhões de anos atrás. 

- A diferença é pequena e difícil de detectar, mas está lá, o que significa duas coisas: primeiro, que nós agora podemos ter uma razoável certeza de que esta colisão gigantesca aconteceu; e, segundo, nos dá uma ideia da geoquímica de Teia – diz Daniel Herwartz, pesquisador da Universidade de Colônia, na Alemanha, e líder do estudo. - Teia parece ter sido similar ao que chamamos de condritos enstatitos (um tipo raro de meteorito). Se isso for verdade, podemos agora prever a geoquímica e a composição isotópica da Lua, já que nossa Lua atual é uma mistura de Teia com a Terra primordial. Nosso próximo objetivo é descobrir quanto material de Teia está na Lua. 

Muitos dos modelos atuais estimam que de 70% a 90% da Lua é composta de material vindo de Teia, como os restantes 30% a 10% da Terra. Mas outras simulações indicam a presença de apenas 8% de Teia na Lua. Segundo Herwartz, os resultados das suas medições sugerem algo no meio do caminho, com a Lua sendo formada por 50% de material de Teia e 50% da Terra primeva, mas isto ainda precisa ser confirmado.

Blog rafaelrag com globo

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