terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mocidade Alegre vence o carnaval 2013 em São Paulo e é bicampeã

A escola Mocidade Alegre é a campeã do carnaval de São Paulo em 2013. A agremiação conquistou o bicampeonato com o enredo “A sedução me fez provar, me entregar à tentação… da versão original, qual será o final?”.
A disputa pelo título foi apertada até o último quesito, enredo. A Mocidade estava apenas um décimo de ponto atrás da Rosas de Ouro, que até então liderava nas notas dos juízes. Mas, no critério final, a agremiação sediada no Bairro do Limão levou a melhor e alcançou o bicampeonato, mesmo ficando empatada em 268,9 com a Rosas. A Mocidade teve a nota máxima em enredo, e a Rosas perdeu um décimo de ponto. Por um sorteio realizado no sábado, esse era o critério de desempate mais importante.
A Mocidade já havia ficado em primeiro lugar no ano passado, e foi a terceira a passar pelo Sambódromo do Anhembi na segunda noite de desfiles, na madrugada de sábado (9) para domingo (10). Seu desfile contou com 3.200 componentes, cinco alegorias e 25 alas.

Resultado carnaval 2013 (Foto: Arte/G1)
Neste ano, por causa da confusão na apuração dos desfiles de 2012, as torcidas não acompanharam a leitura das notas no sambódromo. No ano passado, um tumulto interrompeu a apuração.
Um representante da Império de Casa Verde invadiu o local onde eram lidas as notas e rasgou os envelopes durante a divulgação dos pontos do último quesito. Devido à invasão, a apuração teve de ser interrompida. Torcedores na arquibancada começaram a jogar objetos na área dos organizadores até que conseguiram derrubar as grades e entrar no espaço restrito. Houve quebra-quebra e parte da torcida chegou a atear fogo em carros alegóricos que estavam na área da dispersão do sambódromo.
Em 2013, apenas dez representantes de cada escola, previamente cadastrados, tiveram acesso, e cada um deles recebeu uma pulseira com o emblema da escola. Nesta sexta-feira (14), Mocidade Alegre, Rosas de Ouro, Águia de Ouro, Dragões da Real e Império de Casa Verde voltam à passarela para o Desfile das Campeãs.
Águia penalizada
Para a Águia de Ouro, a terceira colocação tem sabor especial, já que foi a única escola a serpenalizada por estourar o tempo de desfile, e mesmo assim conseguiu se manter entre as primeiras colocações. Ela perdeu 1,1 ponto (1 ponto pelo fato de ter estourado o tempo, e mais 0,1 pelo minuto a mais que esteve na avenida, conforme as regras do carnaval paulista). Se não tivesse estourado, poderia ter sido campeã, se as notas fossem as mesmas.
Veja abaixo como foi o desfile da Mocidade

Em seu desfile campeão, a escola de samba Mocidade Alegre quis chamar a atenção do público e dos jurados com um convite à tentação e à subversão de valores.

A escola, que ficou em primeiro lugar no carnaval do ano passado com um enredo sobre o centenário do escritor Jorge Amado, foi a terceira a passar pelo Sambódromo do Anhembi na segunda noite de desfiles, na madrugada de sábado (9) para domingo (10). O desfile contou com 3.200 componentes, cinco alegorias e 25 alas.
Para encenar o enredo “A sedução me fez provar, me entregar à tentação… da versão original, qual será o final?”, a escola usou o bom humor. A ideia era recriar dogmas da humanidade, em uma tentativa de questionar verdades e conceitos que são transmitidos de geração para geração.
O final de lendas e contos de fadas foi transformado ao longo do desfile: Branca de Neve virou uma moça malvada que come criancinhas, a rainha era a mocinha da história, Pinóquio quis continuar boneco de madeira e as madrastas viraram “boadrastas” — foram representadas pelas baianas.
“De tudo aquilo que nos foi contado ao longo dos tempos, até que ponto podemos ser donos dos nossos caminhos e das verdades que nos são apresentadas? Assim, a nossa proposta é nos tornarmos donos dessas histórias e mudarmos esses finais”, disse o carnavalesco Sidnei França.
Pecado original
Batizada de “O poder da sedução”, a comissão de frente convidava o público a morder a “maçã da tentação”. Fantasiados de serpentes, os destaques eram Nani Moreira, que já foi rainha de bateria da Mocidade Alegre e voltou à escola após dois anos afastada, e Robério, que foi o primeiro Rei Momo magro do carnaval de São Paulo.
O carro abre-alas também representava a história do pecado original de Adão e Eva e tinha uma serpetente gigante segurando uma maçã. O rosto da serpente foi inspirado nas feições de Robério.
As alas que vieram depois representavam os pecados capitais. Integrantes vestidos com roupas cheias de doces mostravam a gula. Fantasias com “olhos gregos” (amuletos contra “mau olhado”) encenavam a inveja, plumas de pavão, a vaidade e casais seduzindo-se, a luxúria. Cada um dos 240 ritmistas da bateria usava uma fantasia pontiaguda inspirada em um soco-inglês, mostrando o pecado da ira.
Depois de tantos pecados, veio a ala da redenção. Um carro alegórico subvertia a ideia clássica de céu, mostrando-o como uma grande festa de música eletrônica na qual São Pedro é o recepcionista, que permite ou não a entrada das pessoas. No universo da Mocidade, é para lá que vão os pecadores.
Em alguns momentos, a bateria de Mestre Sombra (que é casado com a presidente da escola, Solange Bichara) fez “paradonas”, deixando o público e os componentes da escola cantarem o samba-enredo. A rainha da bateria era Aline Oliveira.
Editoria (Foto: Editoria de Arte/G1)
Acidente
Adriana Gomes, que por dez anos foi a primeira porta-bandeira da escola, não pôde desfilar no posto neste ano por ter sofrido um acidente. Ela machucou o joelho quando o elevador em que estava, em um prédio de Copacabana, despencou do sétimo andar.
Adriana foi destaque em um carro e foi substituída por Karina Zamparolli, que fez par com o mestre-sala Emerson Ramires.
Os filmes “Avatar”, de James Cameron, “Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg, e “O Feitiço de Áquila”, de Richard Donner, foram lembrados em algumas alas.
Também desfilaram componentes fantasiados de vampiros e zumbis, com figurino e maquiagem caprichados. Um dos casais de porta-bandeira e mestre-sala estavam vestidos de Romeu e Julieta.
O quinto setor fechou o desfile mostrando o final que a escola quer para todas as histórias: de muita felicidade. As alas representaram a paz mundial, fartura na mesa do brasileiro e também um carnaval unido em São Paulo.

G1
Blog rafaelrag/focando a notícia

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