segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma sociedade dos pobres, justa e fraterna - a lenda


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Hiran de Melo - professor da UFCG

Era uma vez um menino que, pela fome e pela sede, foi obrigado a viajar para terras distantes. E lá chegando, descobriu que, apesar da fala torta, poderia ter tudo fazendo uso das palavras, não importando se elas fossem suas ou de onde viessem. O que importava era quem as ouvia.

Deste modo, nunca mais passou fome ou sede. Nunca mais precisou trabalhar como antes, feito os simples e pobres mortais. Agora era um líder, ele sabia fazer as palavras trabalharem por ele.

Então, um partido foi criado em seu nome (talvez a sua semelhança) e intitulado o Partido dos Pobres. Cujo verdadeiro nome, o termo sagrado, só seria revelado mais tarde. No tempo em que, o próprio líder, crer na ilusão surgida das palavras pronunciadas ou ecoadas por sua boca. Nesse mesmo tempo em que acredita que o que faz, e o que diz, vem dele mesmo.

Nesse espetáculo, quem olha para a triste figura desse líder não deixa de ficar triste também. Como também não consegue deixar de ver um encantador que se encantou com o seu próprio encanto e se transformou em um grandioso engodo.

Todavia, isso não é tudo. Que bom que fosse! É que há palhaço com expressão triste para arrancar o sorriso da criança, ou do próprio adulto que deixa a criança que habita no seu coração se expressar. Como também existe o palhaço triste que nos deixa mais triste ainda.

Este palhaço, que se faz de triste e nos faz triste, é do tipo que destrói as instituições do estado. Destrói, na medida em que coloca o estado ou suas instituições a serviço da causa ou dos interesses de um partido, seja ele dos Podres ou dos Ricos.

A destruição começa com a palavra que o nomeia, na adjetivação dos órgãos ou das instituições - em aparelhos ideológicos do estado capitalista ou da classe dominante. Em seguida, vêm as atitudes que visam transformar o estado de direito no estado do partido. E, em consequência, a triste máxima do “para os amigos tudo, para os adversários a lei” que se torna a legenda e a razão, de risos, entre os amigos camaradas.

Por fim: o Grande Pai irradia a sua graça, chegando à escola... onde o sinal de sua magnífica presença se concretiza quando o agraciado Conselho Dirigente se orienta pelos interesses de uma entidade, que diz representar seus pobres, “ungindo” a paralisação das atividades fins desse estado: a educação técnica e científica que liberta a todos das ideologias.
Blog rafaelrag

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