Hiran de
Melo - professor da UFCG
Era uma vez
um menino que, pela fome e pela sede, foi obrigado a viajar para terras
distantes. E lá chegando, descobriu que, apesar da fala torta, poderia ter tudo
fazendo uso das palavras, não importando se elas fossem suas ou de onde
viessem. O que importava era quem as ouvia.
Deste modo, nunca mais
passou fome ou sede. Nunca mais precisou trabalhar como antes, feito os simples
e pobres mortais. Agora era um líder, ele sabia fazer as palavras trabalharem
por ele.
Então, um
partido foi criado em seu nome (talvez a sua semelhança) e intitulado o Partido
dos Pobres. Cujo verdadeiro nome, o termo sagrado, só seria revelado mais
tarde. No tempo em que, o próprio líder, crer na ilusão surgida das palavras
pronunciadas ou ecoadas por sua boca. Nesse mesmo tempo em que acredita que o
que faz, e o que diz, vem dele mesmo.
Nesse
espetáculo, quem olha para a triste figura desse líder não deixa de ficar
triste também. Como também não consegue deixar de ver um encantador que se
encantou com o seu próprio encanto e se transformou em um grandioso engodo.
Todavia,
isso não é tudo. Que bom que fosse! É que há palhaço com expressão triste para
arrancar o sorriso da criança, ou do próprio adulto que deixa a criança que
habita no seu coração se expressar. Como também existe o palhaço triste que nos
deixa mais triste ainda.
Este palhaço, que se faz
de triste e nos faz triste, é do tipo que destrói as instituições do estado.
Destrói, na medida em que coloca o estado ou suas instituições a serviço da
causa ou dos interesses de um partido, seja ele dos Podres ou dos Ricos.
A destruição
começa com a palavra que o nomeia, na adjetivação dos órgãos ou das
instituições - em aparelhos ideológicos do estado capitalista ou da classe
dominante. Em seguida, vêm as atitudes que visam transformar o estado de
direito no estado do partido. E, em consequência, a triste máxima do “para os
amigos tudo, para os adversários a lei” que se torna a legenda e a razão, de
risos, entre os amigos camaradas.
Por fim: o Grande Pai
irradia a sua graça, chegando à escola... onde o sinal de sua magnífica
presença se concretiza quando o agraciado Conselho Dirigente se orienta pelos
interesses de uma entidade, que diz representar seus pobres, “ungindo” a
paralisação das atividades fins desse estado: a educação técnica e científica
que liberta a todos das ideologias.
Blog rafaelrag
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