Na zona rural do município de Alagoa Grande (PB), está a comunidade quilombola Caiana dos Crioulos, um povo que vive da agricultura de subsistência com o cultivo da mandioca, milho, feijão, fava, frutas e criação de animais. A quarta-feira (25) está sendo diferente para eles. Uma equipe do projeto Previdência para todos foi ao encontro dos moradores para prestar orientações, dar entrada em requerimentos, analisar processos e tirar as mais diversas dúvidas sobre direitos e deveres junto à Previdência Social.
Idealizado e realizado pela Superintendência do INSS no Nordeste, o projeto tem foco nos povos originários (indígenas e quilombolas). Logo nas primeiras horas do atendimento, duas concessões deixaram felizes as agricultoras Maria do Carmo Pereira da Silva, 55 anos, e Amanda de Almeida, 28 anos. A primeira conseguiu a aposentadoria rural. “Já tinha dado entrada e agora tenho meu benefício. Moro sozinha, sou viúva e vivia na roça. Agora, terei meu pagamento certinho todo mês. Obrigada por virem ao nosso quilombo”, disse.
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Para Amanda, mãe de Gael Gomes, de 4 meses, a concessão veio com um salário-maternidade. Apesar de não estar com os documentos, foi possível garantir o benefício. “Ela veio para saber informações de outro benefício e vimos que tinha direito a um salário-maternidade. Encontramos os documentos, como a certidão de nascimento da criança, no Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (SIRC) e nas bases governamentais. Assim, foi possível a concessão”, explicou o servidor Flávio Eduardo. “O atendimento foi nota 10, maravilhoso. Moramos no sítio e agora vou comprar uma vaquinha para ajudar no leite das crianças. Crio de tudo um pouco, mas dinheiro certo, todo mês, só do Bolsa Família e agora do INSS”, contou.
Nascida no quilombo, a presidente da Associação dos Moradores de Caiana dos Crioulos, Severina da Silva, a “Cida de Caiana”, organizou a comunidade para receber os servidores. “O INSS vindo ao quilombo, conhece a nossa realidade. Vê que todos trabalham, tem seu roçado. É muito diferente de ficar apenas atendendo pelos canais remotos. A gente precisa desse contato e dessa atenção especial”, disse. Os caianas são moradores que lutam pelos seus direitos e que também se expressam pela dança (ciranda e coco). “Temos um legado desde que nascemos, porque trabalhamos desde pequenos para ajudar nossos pais nas lavouras”, completou.
Iniciado em agosto, o projeto é desenvolvido em parceria com as gerências-executivas, organizações representativas, como a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer) que esteve presente nas ações dessa semana junto com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), além da participação direta e ativa dos povos originários e comunidades tradicionais.
Indígenas (Funai), além da participação direta e ativa dos povos originários e comunidades tradicionais.
“Começamos por Afogados da Ingazeira (PE), com os quilombolas do Leitão da Carapuça, seguimos com os indígenas xukurus em Pesqueira, e, segunda e terça-feira (23 e 24/10), com os potiguaras, em Baia da Traição (PB), onde atendemos 70 pessoas. Foram 39 concessões (dez benefícios por incapacidade temporária, 18 salários-maternidade e 11 aposentadorias rurais), em apenas dois dias. Temos visto uma grande adesão e uma repercussão positiva”, informou o superintendente, Rogério Souza.
Em cada localidade atendida pelo projeto, o INSS disponibiliza os seguintes serviços:
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Denise Martins/Ascom
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