quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Artigo de pesquisador da UFCG alerta para aumento de incêndios na Amazônia



Trabalho do professor Carlos Antonio Santos, feito em colaboração com 18 pesquisadores de vários países, foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution. Aumento de incêndios, causado por mudanças climáticas resultantes do El Niño, ameaça anular os efeitos benéficos da redução de 42% no desmatamento ilegal.

Um artigo publicado na prestigiada revista científica Nature Ecology & Evolution, de autoria de 18 pesquisadores de vários países, um dos quais o professor Carlos Antonio Santos, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), revela duas informações importantes para o meio ambiente. Uma boa e uma má. A boa é que as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira estão diminuindo em comparação aos últimos cinco anos. A má é que há um aumento considerável de incêndios descontrolados na região.

"Os alertas de desmatamento caíram 42% de janeiro a julho de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Por outro lado, o número de incêndios ativos em junho de 2023 é o mais elevado desde 2007", resume o professor Carlos Antonio, docente da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas e atual coordenador de Pós-Graduação da UFCG.

De acordo com o estudo, apesar dos sinais promissores de redução do desmatamento, fruto das ações políticas e de fiscalização realizadas pelo atual governo brasileiro, a Amazônia enfrenta incêndios florestais crescentes devido, em grande parte, às condições climáticas mais quentes e secas resultantes do fenômeno El Niño. Há uma expectativa clara de que a incidência de incêndios aumentará ainda mais com as condições mais secas previstas.

A pesquisa reforça que são urgentemente necessários esforços internacionais fortes e coordenados para enfrentar a ameaça crescente, com o objetivo de eliminar eficazmente os incêndios nas florestas tropicais, sob pena de se anular os efeitos benéficos da queda do desmatamento. "O Brasil, outras nações amazônicas e a comunidade internacional devem cooperar e comprometer-se com o apoio necessário para avançar rapidamente na pesquisa e na governança para uma gestão equitativa da terra e segura contra incêndios, ao mesmo tempo em que reduzem a perda florestal e mudam de um modelo econômico baseado em commodities para uma bioeconomia sustentável que beneficie todos os amazônicos e nações amazônicas", conclui o artigo.

A Nature Ecology & Evolution é uma revista científica mensal, revisada por pares, publicada pela editora Nature Portfolio, sediada no Reino Unido, e cobre todos os aspectos da pesquisa em ecologia e biologia evolutiva.

Leia aqui o artigo completo.

(Ascom UFCG)

Blog rafaelrag

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