Trabalho do professor Carlos Antonio Santos, feito em colaboração com 18 pesquisadores de vários países, foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution. Aumento de incêndios, causado por mudanças climáticas resultantes do El Niño, ameaça anular os efeitos benéficos da redução de 42% no desmatamento ilegal.
Um artigo publicado na prestigiada revista científica Nature Ecology & Evolution, de autoria de 18 pesquisadores de vários países, um dos quais o professor Carlos Antonio Santos, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), revela duas informações importantes para o meio ambiente. Uma boa e uma má. A boa é que as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira estão diminuindo em comparação aos últimos cinco anos. A má é que há um aumento considerável de incêndios descontrolados na região.
"Os alertas de desmatamento caíram 42% de janeiro a julho de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Por outro lado, o número de incêndios ativos em junho de 2023 é o mais elevado desde 2007", resume o professor Carlos Antonio, docente da Unidade Acadêmica de Ciências Atmosféricas e atual coordenador de Pós-Graduação da UFCG.
De acordo com o estudo, apesar dos sinais promissores de redução do desmatamento, fruto das ações políticas e de fiscalização realizadas pelo atual governo brasileiro, a Amazônia enfrenta incêndios florestais crescentes devido, em grande parte, às condições climáticas mais quentes e secas resultantes do fenômeno El Niño. Há uma expectativa clara de que a incidência de incêndios aumentará ainda mais com as condições mais secas previstas.
A pesquisa reforça que são urgentemente necessários esforços internacionais fortes e coordenados para enfrentar a ameaça crescente, com o objetivo de eliminar eficazmente os incêndios nas florestas tropicais, sob pena de se anular os efeitos benéficos da queda do desmatamento. "O Brasil, outras nações amazônicas e a comunidade internacional devem cooperar e comprometer-se com o apoio necessário para avançar rapidamente na pesquisa e na governança para uma gestão equitativa da terra e segura contra incêndios, ao mesmo tempo em que reduzem a perda florestal e mudam de um modelo econômico baseado em commodities para uma bioeconomia sustentável que beneficie todos os amazônicos e nações amazônicas", conclui o artigo.
A Nature Ecology & Evolution é uma revista científica mensal, revisada por pares, publicada pela editora Nature Portfolio, sediada no Reino Unido, e cobre todos os aspectos da pesquisa em ecologia e biologia evolutiva.
Leia aqui o artigo completo.
(Ascom UFCG)
Blog rafaelrag
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