
A reforma do Vaticano, uma devassa no banco do Vaticano (motivo, segundo suspeitam alguns especialistas, da morte (ou assassinato) de João Paulo I), casamento entre pessoas do mesmo sexo, pedofilia entre seus pares, revisão do papel das mulheres na igreja (Bento recusou a ordenação de mulheres em seu pontificado), celibato do clero. Isso sem contar com O Escândalo Vatileaks, que é um envolvendo documentos secretos que vazaram do Vaticano, que revelam a existência de uma ampla rede de corrupção, nepotismo e favoritismo relacionados com contratos a preços inflacionados com oescândalos seus parceiros italianos. Este termo foi usado pela primeira vez pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em comparação com o fenômeno Wikileaks. O escândalo veio à tona em janeiro de 2012, quando o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou cartas de Carlo Maria Viganò, anteriormente o segundo administrador do Vaticano, por ter exposto a corrupção que custou a Santa Sé um aumento de milhões nos preços do contrato. Nos meses seguintes, o escândalo aumentou com documentos que vazaram para jornalistas italianos, revelando uma luta pelo poder no Vaticano sobre seus esforços para mostrar maior transparência financeira e cumprir com as normas internacionais de combate à lavagem de dinheiro. Também no início de 2012, uma carta anônima virou manchete por seu alerta de uma ameaça de morte contra o Papa Bento XVI. O escândalo agravou-se em maio de 2012, quando Nuzzi publicou um livro intitulado Sua Santidade, as Cartas Secretas de Bento XVI que consiste de cartas confidenciais e memorandos entre o Papa Bento XVI e seu secretário pessoal, um livro polêmico que retrata o Vaticano como um foco de intrigas, confabulações e confrontos entre facções secretas. Segundo o jornal italiano La Repubblica, o escândalo influenciou a renúncia do papa Bento XVI. O novo papa assumirá uma Igreja em crise e terá de definir o que deve e o que pode ser reformado nessa instituição milenar. O primeiro dos desafios do novo papa será determinar o que não se altera na Igreja, aquilo sobre o qual não se deve transigir em matéria de fé. Os teólogos dizem que esse ponto é o papel central desempenhado por Cristo na fé e o da Igreja como o instrumento divino para a salvação. O segundo desafio é o fato de a crise da Igreja ser acompanhada pela erosão do eurocentrismo. Não só o Velho Continente, mas sua filha cultural dileta, a América, assistem à descentralização econômica, social e cultural e à ascensão das potências asiáticas. Esse período é marcado pela descristianização da Europa, por uma fobia da religião, com o fechamento de templos e venda de objetos sacros como souvenirs da época em que fazia sentido chamar a Espanha de "catolicíssima" - o mesmo valia para Irlanda ou Áustria. Há resistências, no entanto, a essa mudança de centro do poder na Igreja - fazê-la é outro desafio para o novo pontífice. O modelo monárquico de governança da Igreja trabalha a favor do eurocentrismo, impedindo que nações com grande número de católicos tenham boa representatividade no conclave, caso do Brasil. Para ele, a renúncia de Bento XVI abre espaço para que se cogite um pontífice sul-americano, africano ou asiático. Quais seriam os efeitos de um papa não europeu no mundo? Teólogos e estudiosos da Igreja imaginam que ele daria força ao cristianismo e, partir daí, a Europa teria mais condições de se reconverter. Talvez um missionário tenha de vir de fora, ser estrangeiro e de fato, foi de longe que veio o Cristianismo. Cristo era um messias saído da periferia do mundo.

Blog rafaelrag com Eliseu Mariotti
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