Gabinete israelense vai discutir proposta de pôr fim a ataques nesta terça-feira; pouco antes, EUA fizeram primeira advertência pública contra uma invasão por terra à Gaza
CAIRO e JERUSALÉM — Estados Unidos e Egito elevaram a pressão para um cessar-fogo do conflito entre Israel e o Hamas que já deixou mais de 180 mortos da Faixa de Gaza. O Cairo propôs um plano em que até as 3h de terça-feira (horário de Brasília, 9h em Israel) os dois lados deveriam suspender os ataques. O gabite israelense anunciou que discutirá a proposta do Egito, o que deve ocorrer entre 8h30 em Tel Aviv.
O
cessar-fogo teria então 12 horas para ser completamente implementado.
Conversas seriam feitas com os dois lados separadamente.
Pouco
antes, os Estados Unidos advertiram Israel contra qualquer incursão
terrestre na Faixa de Gaza, há duas semanas sob bombardeio israelense e
de onde partem vários foguetes disparados pelo grupo Hamas. É a primeira
vez que os EUA fazem uma advertência pública contra uma invasão
israelense à Gaza.
— Ninguém quer ver uma ofensiva terrestre à
Gaza porque isso colocaria mais civis em risco — disse o porta-voz da
Caca Branca Josh Earnest.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que uma incursão pode ser necessária para enfrentar o Hamas.
Apesar
do aviso aos aliados israelenses, a Casa Branca não condenou as mortes
de palestinos, dezenas deles crianças. O governo americano mantém que
Israel tem o “direito” e a “obrigação” de defender seus cidadãos contra
os ataques de mísseis vindos de Gaza.
REUNIÃO DA LIGA ÁRABE
Os
EUA também vem pressionando pelo cessar-fogo. Na última sexta-feira, o
governo americano reforçou, por meio de seu porta-voz, Josh Earnest, que
pode ajudar a alcançar um acordo utilizando a influência que tem na
região. O presidente americano, Barack Obama, já havia telefonado para
Netanyahu, oferecendo a mediação dos EUA para resolver a crise.
—
Estamos interessados em levar adiante os passos que demos há um ano e
meio, em novembro de 2012, para proporcionar um cessar-fogo e tentar
voltar para a situação anterior — disse o porta-voz da Casa Branca.
Em
2012, as negociações do cessar-fogo foram mediadas com a ajuda do
Egito, que na época era governado por Mohamed Mursi, membro da Irmandade
Muçulmana, grupo com fortes ligações com o Hamas. A situação agora se
inverteu. Mursi foi deposto e Abdel Fattah al-Sisi, um ex-general,
preside o país. E a Irmandade passou a ser considerada um grupo
terrorista.
A proposta de cessar-fogo do Egito ocorre pouco antes
do início de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da Liga
Árabe, convocada em caráter de urgência para discutir a ofensiva
israelense na Faixa de Gaza.
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