Fonte: O Globo (RJ)
Situados há algum tempo em lugar de destaque na agenda do país, os problemas referentes à Educação se tornam mais complexos à medida que o tempo passa, o processo demográfico de envelhecimento da população avança e vai ficando cada vez mais evidente que, sem ganhos de produtividade, não se irá muito longe num mundo globalizado.
Várias questões se entrelaçam. No último domingo, O GLOBO trouxe um aspecto: a tendência crescente de jovens formados no ciclo médio irem para o mercado de trabalho, sem prosseguir sua formação no Ensino superior ou em alguma especialização técnica.
Estudo feito pelo Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) sobre dados da Pnad, do IBGE, detecta esta tendência a partir de 2000. E com a aceleração do crescimento econômico em 2009/2010, os incentivos ao consumo e a situação de virtual pleno emprego no mercado de trabalho que viria a ocorrer, a busca do primeiro emprego se ampliou na faixa dos 17 a 22 anos.
Neste espectro, em 2000, 50,9% dos jovens só trabalhavam. Há dois anos, eram 57,9%. Outro aspecto, mais preocupante, é que, desde 2000, os "nem-nem" (nem estudam, nem trabalham) se situam na faixa dos 10% - não é um índice baixo para um país que necessita rejuvenescer a força de trabalho.
O não prosseguimento da formação Escolar de uma parcela importante do contingente de jovens trava a obtenção, pelo país, dos benefícios do "bônus demográfico" (população jovem). Ora, se os formados no Ensino médio não se qualificam, no Ensino superior ou profissionalizante, para atender às exigências de um mercado de trabalho numa economia que precisa se expor ainda mais à competição externa, a nação não aproveita como poderia o seu último grande ciclo de formação de uma substancial proporção de jovens.
Em artigo recente no jornal "Valor", o economista Fabio Giambiagi abordou o tema da redução da proporção de jovens na população, e destacou o desafio que é qualificar mão de obra que já saiu da Escola. Há, então, esta outra frente decisiva na guerra da instrução dos brasileiros, não bastassem as batalhas para a melhoria do nível do Ensino público nos ciclos fundamental e médio. Além da necessidade de aperfeiçoar o Ensino técnico e profissionalizante e expandir o nível superior, com ênfase nas ciências chamadas exatas e relacionadas à tecnologia.
Trata-se de tarefas decisivas para a posição que o Brasil ocupará no mundo, pois têm relação direta com a produtividade, um dos pontos fracos que o país apresenta, ao lado da baixa propensão à poupança. Esta, por sua vez, ligada de forma umbilical aos investimentos anêmicos na infraestrutura e na expansão da capacidade instalada do parque produtivo.
Blog rafaelrag com o professor Damásio, docente de Gurabira e Natural de Alagoinha
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