quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PRÉ-CANDIDATO A REITOR DA UFCG, DIRETOR DO CAMPUS SUMÉ, ESCREVE 4 TEXTOS EM HOMENAGEM AOS 10 ANOS DE SUA CRIAÇÃO, CUJA PRIMEIRA PARTE ESTÁ REGISTRADA ABAIXO.

As Origens da UFCG 

 

Em 2012 a UFCG comemora duas datas importantes: seus 10 anos de criação por desmembramento da UFPB e os 60 anos de fundação da Escola Politécnica de Campina Grande (POLI), primeira escola superior da cidade, conquista da sociedade civil campinense, mobilizada pelo lendário Edvaldo do Ó.
A POLI foi criada em 1952 pelo governador José Américo de Almeida e viria a constituir, juntamente com outras nove escolas superiores isoladas, a Universidade da Paraíba, também criada por José Américo em 1955. A Universidade Estadual seria federalizada por Juscelino Kubitschek, no apagar das luzes de seu prolífico governo, transformando-se na UFPB, com três campi: João Pessoa, Campina Grande e Areia.
Desde então, o Campus II da UFPB, que reunia a POLI e a FACE (Faculdade de Ciências Econômicas) protagonizaria episódios de vanguardismo, espírito criativo e empreendedorismo público na constituição do “campo” do ensino superior, da ciência e da tecnologia na Paraíba, a começar pela construção da sede da Escola Politécnica, projetada e executada por um “Escritório Técnico” formado por professores e estudantes do curso de Engenharia Civil, criado em 1954. A inauguração do edifício que hoje abriga o Centro de Humanidades da UFCG, em 1962, coincidiu com a criação do curso de Sociologia e Política, que daria um tom de engajamento e espírito crítico ao campus campinense, numa época efervescente da vida nacional. A criação do curso de Engenharia Elétrica em 1963 inaugurou uma tradição de excelência nessa área reconhecida nacional e internacionalmente ainda hoje, principalmente após a criação do Mestrado em 1970.
Em 1968, um lance ousado do diretor da POLI, o visionário Lynaldo Cavalcanti, viria a alçá-lo como uma das principais lideranças da UFPB. Contra a vontade do reitor-interventor Gillardo Martins, nomeado pelo governo militar, mas apoiado pela comunidade universitária, pela sociedade campinense e assessorado pela ATECEL, fundada em 1967 para este fim, Lynaldo adquiriu um IBM 1130 para o Campus II, o primeiro mainframe do Norte e Nordeste e quinto do Brasil, sem contar com um centavo sequer do orçamento da universidade, valendo-se apenas dos fundos angariados por professores, funcionários e estudantes.
Este ato de um dos maiores empreendedores públicos que a Paraíba já conheceu é um símbolo da tradição e da essência da UFCG e foi um prenúncio de seu futuro reitorado, que promoveria o primeiro "salto quântico" da UFPB, através de um extraordinário processo de expansão e interiorização. Mas essa é outra história.
Márcio Caniello
Professor Associado de Antropologia (UFCG
<http://www.ufcg.edu.br/>/CDSA<http://www.cdsa.ufcg.edu.br/>
)
Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
(UFCG/CH/PPGCS<http://www.ufcg.edu.br/~ppgcs/>
)
Facebook <http://www.facebook.com/marcio.caniello>
Twitter <http://twitter.com/#!/MCaniello>
Blog do Caniello <http://caniello.blogspot.com/>
Correio da Paraíba, 9 de fevereiro de 2012 (página A6)


  1. Bela iniciativa, Márcio. Relembrar e, para muitos, permitir conhecer a história dessa importante universidade que, caso a tendência atual persista, em breve ultrapassará a UFPB em relevância científica. Abraços.
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  2. Parabéns Márcio! Temos que saber de onde viemos para vislumbrar onde queremos chegar. Saúdo a você também um produtor de "saltos quânticos" na UFCG. Abração.

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