segunda-feira, 15 de julho de 2013

PT, PMDB e PSDB têm mais da metade dos parlamentares mais influentes no Congresso

Agência Câmara
Agência Câmara
Entre os 100 parlamentares considerados os mais influentes no Congresso Nacional na atual legislatura, 61 são deputados e 39 são senadores. Os dois partidos com maior número de representantes entre os “cabeças” no Legislativo Nacional são hoje o PT, com 28 (19 deputados e nove senadores), PMDB, com 16 (seis na Câmara e dez no Senado), e PSDB, com 12 (oito e quatro). Juntas, as três legendas possuem em suas fileiras 56 dos 100 “cabeças”.

Os dados são da pesquisa anual do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) de 2012 e refletem os tamanhos das bancadas dos três partidos na Câmara. Na casa, PT, PMDB e PSDB possuem 89, 80 e 49 deputados, respectivamente. No Senado, as mesmas legendas dividem o “G-3”, embora não na mesma ordem, já que o PMDB tem 19 senadores contra 12 de PT e PSDB.
O Diap elabora também, todos os anos, a lista com os “Dez parlamentares mais influentes” no Legislativo. O levantamento é feito com os votos de 51 dos 100 “cabeças” do Congresso Nacional.
Não por acaso, na lista mais seleta dos “top 10” a liderança como parlamentar mais influente entre todos os 513 deputados e 81 senadores do Legislativo brasileiro cabe ao deputado Marco Maia (PT-RS), seguido pelo senador José Sarney (PMDB-AP), pelos presidentes da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que sucedeu Maia, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
“Analisando o resultado da votação (que elegeu os dez mais influentes) conclui-se que a ocupação de posto institucional na estrutura da Casa, no presente ou no passado, é determinante para ser considerado influente”, diz o estudo do Diap. “Todos, incluindo o presidenciável (senador) Aécio Neves (PSDB-MG), ex-presidente da Câmara, exercem ou já exerceram postos de relevo no Congresso, tais como a presidência de uma das Casas, a liderança de partidária ou liderança do governo.”
Para o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), presente na lista dos 100 “cabeças” desde seu primeiro mandato (2007-2010), a inclusão “reflete o trabalho que a gente faz e aumenta minha responsabilidade junto ao povo que me elegeu”. Vaccarezza diz que discorda que a presença frequente de alguns parlamentares tanto na lista dos 100 “cabeças” como na dos dez mais influentes reflete a elitização e falta de renovação política no Legislativo do país. “Esta é uma tese mais complexa, precisaria de mais tempo para analisá-la”, declarou o petista, que estava a caminho do aeroporto.
De acordo com o Diap, a lista dos “cabeças” mostra os parlamentares “com mais habilidades para elaborar, interpretar, debater ou dominar regras e normas do processo decisório, bem como para manipular recursos de poder, de tal modo que suas preferências ou do grupo que lideram prevaleçam no conflito político”.
O objetivo, esclarece ainda a entidade, “é fornecer ao movimento social organizado uma radiografia dos principais interlocutores no Congresso Nacional, dos parlamentares que realmente exercem influência no processo decisório do Poder Legislativo”.
tabela

Caiado

Um dos mais notórios representantes dessa elite decisória do Legislativo é o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), 15° colocado entre os mais influentes e presente na lista dos “cabeças” em todos os seus cinco mandatos. Para ele, o estudo do Diap “é importante porque é um atestado que podemos repassar a todos nossos eleitores e ao povo do nosso estado que existe um reconhecimento de nossa atuação no Congresso Nacional”.
Na opinião de Caiado, atualizar-se em relação a todas as matérias pautadas, disposição a debater “quase 100%” dos projetos de lei e medidas provisórias votados e apresentar emendas é o que faz os parlamentares se destacarem. Em relação à matéria mais discutida nas últimas semanas, a reforma política, o deputado do DEM, que já foi relator da matéria em 2007, diz ser muito complexa. “Sobre a importância dela, todos nós reconhecemos. Agora, é um tema extremamente complexo, uma matéria ácida, árida, difícil de se chegar a pontos de convergência.”
O parlamentar se diz frontalmente contra o plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff sobre a reforma. “Se eu fosse a favor estaria dando um atestado de desconhecimento do que deve ser feito por plebiscito ou por referendo. Seria incompetência ou ignorância da minha parte.” Segundo ele, reforma política não é constitucionalmente viável por plebiscito.


por Eduardo Maretti, da RBA
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