Entre os 100 parlamentares considerados os mais influentes no
Congresso Nacional na atual legislatura, 61 são deputados e 39 são
senadores. Os dois partidos com maior número de representantes entre os
“cabeças” no Legislativo Nacional são hoje o PT, com 28 (19 deputados e
nove senadores), PMDB, com 16 (seis na Câmara e dez no Senado), e PSDB,
com 12 (oito e quatro). Juntas, as três legendas possuem em suas
fileiras 56 dos 100 “cabeças”.
Os dados são da pesquisa anual do Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar (Diap) de 2012 e refletem os tamanhos das
bancadas dos três partidos na Câmara. Na casa, PT, PMDB e PSDB possuem
89, 80 e 49 deputados, respectivamente. No Senado, as mesmas legendas
dividem o “G-3”, embora não na mesma ordem, já que o PMDB tem 19
senadores contra 12 de PT e PSDB.
O Diap elabora também, todos os anos, a lista com os “Dez
parlamentares mais influentes” no Legislativo. O levantamento é feito
com os votos de 51 dos 100 “cabeças” do Congresso Nacional.
Não por acaso, na lista mais seleta dos “top 10” a liderança como
parlamentar mais influente entre todos os 513 deputados e 81 senadores
do Legislativo brasileiro cabe ao deputado Marco Maia (PT-RS), seguido
pelo senador José Sarney (PMDB-AP), pelos presidentes da Câmara,
Henrique Alves (PMDB-RN), que sucedeu Maia, e do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL).
“Analisando o resultado da votação (que elegeu os dez mais
influentes) conclui-se que a ocupação de posto institucional na
estrutura da Casa, no presente ou no passado, é determinante para ser
considerado influente”, diz o estudo do Diap. “Todos, incluindo o
presidenciável (senador) Aécio Neves (PSDB-MG), ex-presidente da Câmara,
exercem ou já exerceram postos de relevo no Congresso, tais como a
presidência de uma das Casas, a liderança de partidária ou liderança do
governo.”
Para o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), presente na lista dos 100
“cabeças” desde seu primeiro mandato (2007-2010), a inclusão “reflete o
trabalho que a gente faz e aumenta minha responsabilidade junto ao povo
que me elegeu”. Vaccarezza diz que discorda que a presença frequente de
alguns parlamentares tanto na lista dos 100 “cabeças” como na dos dez
mais influentes reflete a elitização e falta de renovação política no
Legislativo do país. “Esta é uma tese mais complexa, precisaria de mais
tempo para analisá-la”, declarou o petista, que estava a caminho do
aeroporto.
De acordo com o Diap, a lista dos “cabeças” mostra os parlamentares
“com mais habilidades para elaborar, interpretar, debater ou dominar
regras e normas do processo decisório, bem como para manipular recursos
de poder, de tal modo que suas preferências ou do grupo que lideram
prevaleçam no conflito político”.
O objetivo, esclarece ainda a entidade, “é fornecer ao movimento
social organizado uma radiografia dos principais interlocutores no
Congresso Nacional, dos parlamentares que realmente exercem influência
no processo decisório do Poder Legislativo”.
Caiado
Um dos mais notórios representantes dessa elite decisória do
Legislativo é o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), 15° colocado entre os
mais influentes e presente na lista dos “cabeças” em todos os seus cinco
mandatos. Para ele, o estudo do Diap “é importante porque é um atestado
que podemos repassar a todos nossos eleitores e ao povo do nosso estado
que existe um reconhecimento de nossa atuação no Congresso Nacional”.
Na opinião de Caiado, atualizar-se em relação a todas as matérias
pautadas, disposição a debater “quase 100%” dos projetos de lei e
medidas provisórias votados e apresentar emendas é o que faz os
parlamentares se destacarem. Em relação à matéria mais discutida nas
últimas semanas, a reforma política, o deputado do DEM, que já foi
relator da matéria em 2007, diz ser muito complexa. “Sobre a importância
dela, todos nós reconhecemos. Agora, é um tema extremamente complexo,
uma matéria ácida, árida, difícil de se chegar a pontos de
convergência.”
O parlamentar se diz frontalmente contra o plebiscito proposto pela
presidente Dilma Rousseff sobre a reforma. “Se eu fosse a favor estaria
dando um atestado de desconhecimento do que deve ser feito por
plebiscito ou por referendo. Seria incompetência ou ignorância da minha
parte.” Segundo ele, reforma política não é constitucionalmente viável
por plebiscito.
por Eduardo Maretti, da RBA
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