Adendo do blog rafaelrag. É hora de cobrança dos representantes paraibanos no congresso brasileiro. Por exemplo, o senador Vitalzinho, que votei nele nos dois últimos pleitos recentemente falou da importância do quilombola Caiana dos Crioulos e até hoje não apresentou algo de concreto para aquela comunidade que sofre com a falta de infraestrutura, saúde e, principalmente, o difícil acesso pela estrada de 14km que liga ao centro de Alagoa Grande.
É
voz corrente na política que é bom ser oposição porque quem faz
oposição sempre encontra discurso. E, num Estado como a Paraíba, onde
tudo é mais difícil – principalmente pela realidade atual – o discurso
ganha contornos bem mais amplos e consistentes. Mas ser oposição também
denota dificuldades. E uma delas é a organização dos blocos, a união das
correntes e a força que pode vir desta união.
Quem
está no poder quer permanecer, mas quem está fora deseja ocupar o
espaço ardorosamente. Isto faz com que as diversas correntes disputem
este poder, causando divisão do bloco e, consequentemente, o
enfraquecimento da oposição como um todo.
A
oposição ao grupo Cunha Lima tentou durante duas décadas derrotar o clã
em Campina Grande, mas sempre se dividia. Geralmente, lançava mais de
uma candidatura em um cenário de turno único – o que só favorecia quem
estava no poder – quando não se rendia aos encantos deste poder, como
foi o caso da Ex-Prefeita Cozete Barbosa, que de expoente petista de
oposição se aliou ao grupo Cunha Lima para abreviar o caminho ao Palácio
do Bispo.
A
oposição em Campina só conseguiu sair vitoriosa quando todos se uniram
em torno de um nome que despontava, à época: Veneziano. E, este ano,
parece que a ironia do destino coloca o mesmo Veneziano como ponto de
concordância entre as forças oposicionistas do Estado. Pelo menos esta é
a primeira vez que vejo, na história recente da Paraíba, numa disputa
estadual, a oposição mostrar força, união e organização.
Não
que o nome de Veneziano já seja o definido por todos os partidos de
oposição para representar uma candidatura única. Mas acho que até mesmo o
que ele tem dito nas entrevistas e debates dos quais participa tem
contribuído para que as forças oposicionistas caminhem, como estão
caminhando, em sentido único.
Veneziano
tem colocado que, se em junho de 2014 seu nome não for o melhor para
representar a candidatura de oposição a Ricardo Coutinho, não terá
problemas em abrir mão da cabeça de chapa. “O importante é que estejamos
juntos até lá e que, no primeiro ou no segundo turno, continuemos
juntos”, tem dito o cabeludo.
A
estratégia tem dado certo. Excetuando-se Wilson Santiago, que deixou o
PMDB porque queria a garantia de vaga na chapa majoritária, todos tem
demonstrado desprendimento, neste aspecto. Todos tem dito que não pensam
nisso agora. E o discurso é reforçado com a prática, pois não se vê –
com a exceção de Wilson Santiago, como falei – qualquer dos atores
lutando pelo papel de protagonista. Pelo menos agora, momento em que
começam as definições para 2014.
Tanto
que, na solenidade de assinatura da ficha de filiação de Luciano Agra
ao PEN, o que se viu foi uma oposição unida e com o mesmo discurso. Até
mesmo o PP de Enivaldo, Aguinaldo e Daniela, que saiu da eleição
municipal em Campina Grande chateado com o PMDB, estava na mesma mesa,
de mãos dadas com Veneziano.
A
exceção a esse mar de rosas que tem sido a relação entre os
oposicionistas até o presente é o PT, que não se representou na
solenidade de Agra. Mas, caladinho – como, aliás, tem feito até agora –
Veneziano busca o entendimento que tem mantido com os petistas,
realçando o diálogo, sobretudo, com o prefeito de João Pessoa, Luciano
Cartaxo, podendo, a depender de sua habilidade política, não deixar que o
PT escape deste coeso grupo.
É,
já não se faz mais oposição como antigamente. A de hoje pensa melhor e
age com mais força, união e organização. Ponto para eles, preocupação
para RC.
Jônatas Frazão
Professor Aposentado da UFPB
Blog rafaelrag
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