quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Sobe para cinco número de mortos em explosão de plataforma a serviço da Petrobras

Adendo do blog rafaelrag. Lamento informar  que aumentou o número de mortos devido ao acidente ocorrido com a plataforma da Petrobrás, em Vitória-ES, às 12h50m de quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015. Que Deus ampare os familiares e os amigos das vítimas, neste momento de sofrimento pelas perdas dos entes queridos.  

BW Offshore, dona do navio, confirmou morte de mais dois funcionários, que estavam no grupo de desaparecidos




VITÓRIA-ES - Subiu para cinco o número de mortos na explosão no navio-plataforma Cidade de São Mateus, no litoral do Espírito Santo, informaram nesta quinta-feira o sindicato dos petroleiros do estado e a BW Offshore, dona do navio alugado para a Petrobras. Os dois corpos foram encontrados na sala de máquinas do navio. Os bombeiros passaram a noite de quarta-feira e madrugada desta quinta em busca de quatro desaparecidos. O navio está sem iluminação, o que dificultou o trabalho.

Os diretores do sindicato e a Federação Única dos Trabalhadores devem se reunir nesta manhã com represantes da Petrobras, na sede da empresa, em Vitória. A reunião será no Comitê de Crise montado pela estatal para cuidar do caso. A Polícia Federal e a Capitania do Portos anunciaram que vão abrir inquérito para investigar as causas do acidente. O Ministério Público do Trabalho também vai instaurou inquérito para apurar verificar se os funcionários do navio-plataforma estavam em situação de trabalho precário.

O hospital do Vitória Apart Hospital informou que 12 trabalhadores deram entrada na unidade com ferimentos; três foram liberados e nove continuam internados, sendo que dois devem receber alta ainda nesta manhã. Os demais nove ficarão internados, três deles em estado grave com risco de morte. Outros dois feridos continuam internados no Hospital Metropolitano, mas o estado de saúde deles não foi divulgado.

Os trabalhadores sofreram queimaduras, fraturas múltiplas e inalaram fumaça quente. Entre os feridos está um filipino identificado como Bernardes. Ele foi o único que chegou ao hospital inconsciente porque ficou preso num elevador e inalou fumaça quente, o que causou queimaduras nas vias aéreas e no pulmão. Bernardes foi colocado em respiração artificial pela equipe médica e encontra-se em coma.

FAMÍLIAS DE SOBREVIVENTES RELATAM 'DESESPERO'

O primeiro barco trazendo os sobreviventes chegou ao porto de Cabuapa, em Vila Velha, na noite de ontem, trazendo os 33 primeiros trabalhadores. Eles foram transportados em um barco resgate da própria plataforma. Pedindo para não ser identificado, um trabalhador falou com a equipe do GLOBO.
— Foi uma situação de emergência. A gente conseguiu sair ileso, mas alguns colegas não conseguiram. Graças a Deus estou aqui. A minha preocupação era com a minha família — contou.

Muitos parentes aguardavam os funcionários no hotel, entre eles, Arleu Chinelato, tia de um sobrevivente.
— É uma loucura. A mãe dele entrou em desesperado. Nós ainda estamo assutados — contou ela.
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo, informou que, desde a tarde de ontem está com três navios, três aeronaves e cerca de 400 homens participando da operação. "Tudo com o propósito de controlar a área marítima, evitar eventuais riscos à navegação e prover os meios que possam contribuir para eventual resgate".

A BW Offshore, dona da plataforma, confirma que 74 pessoas estavam a bordo do FPSO Cidade de São Mateus, sendo confirmadas cinco vítimas e quatro pessoas ainda desaparecidas. O restante da tripulação foi resgatado. Por motivos de segurança, nesse momento todos os funcionários foram retirados da embarcação. Os parentes das vítimas foram informados e os funcionários estão sendo atendidos por uma equipe de apoio montada pela BW Offshore Brasil num hotel de Vitória.

“É um dia trágico para nós, nosso foco é nos funcionários e suas famílias. Não vamos descansar enquanto não encontrarmos os quatro desaparecidos. Somos gratos à Petrobras e às autoridades brasileiras pelo esforço incansável e gostaríamos de agradecer o apoio deles nesse momento”, diz Carl Arnet, CEO da BW Offshore.

O navio Cidade São Mateus na quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015 - Divulgação

A Petrobras, que contratou os serviços da BW Offshore, não atualizou nenhuma informação desde as 18h de quarta-feira, quando divulgou sua primeira e única nota sobre o acidente, mais de cinco horas após a explosão. A empresa não informou, por exemplo, quantos funcionários da estatal estavam a bordo e se eles estão entre os feridos, mortos ou desaparecidos. Nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff pediu a Aldemir Bendine, presidente Petrobras, para "externar solidariedade" às famílias das vítimas.

A ANP mandou duas equipes para acompanhar a investigação do acidente. Uma para a sala de crise da Petrobras, no Rio de Janeiro, e a outra embarcará na FPSO. De acordo com as informações colhidas até o momento, não houve derramamento de óleo, o fogo já foi debelado e a plataforma está estabilizada. A FPSO recebeu declaração de conformidade da Marinha em 2015 e a ANP fez uma atualização de documentação marítima em setembro de 2014.

O acidente ocorreu às 12h50m de quarta-feira. A plataforma estava a 120 quilômetros da costa do Espírito Santo e operava desde 2009 nos campos de Camarupim e Camarupim Norte.

Blog rafaelrag com  POR BRUNO DALVI/ESPECIAL PARA O GLOBO

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