Episódio de violência envolvendo estudantes de 8 e 9 anos do Colégio Cruzeiro, no Centro, deixa pais chocados
POR GUSTAVO GOULART / LAURA ANTUNES
RIO - Uma das mais conceituadas escolas particulares do Rio — atrás apenas do São Bento no ranking do Enem de 2013 no estado —, o Colégio Cruzeiro, no Centro, foi cenário de um episódio de violência envolvendo quatro alunos, entre 8 e 9 anos, no último dia 18, que chocou os pais: estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental foram flagrados dentro da escola com facas de cozinha em suas mochilas, que seriam usadas para ferir um colega. Abordados por um inspetor, os dois confessaram que haviam planejado uma emboscada.
A história de terror logo foi propagada em grupos de conversa que os pais de alunos do colégio mantêm no WhatsApp.
Segundo o relato, também pelo aplicativo, da mãe do menino que seria atacado, tudo começou por causa de uma rixa do filho com um outro aluno que fora se queixar a dois colegas, dizendo que gostaria de se livrar do desafeto. No dia seguinte, os garotos foram para a escola com as facas e se dirigiram à entrada da biblioteca, onde estava a vítima.
ALGUNS PAIS QUERIAM EXPULSÃO
Porém, ao tomar conhecimento do plano, o menino que se queixara aos colegas ficou com medo e avisou a vítima na biblioteca. O aluno que sofreria o ataque resolveu, então, pedir ajuda a um inspetor, que abordou os dois colegas e encontrou as armas dentro das mochilas. Os quatro alunos foram levados à coordenação.
O episódio deixou os pais em polvorosa. Segundo alguns, o colégio teria encaminhado as crianças de volta à sala de aula, antes mesmo de chamar os pais.
— Estamos em choque com o fato de duas crianças pequenas terem planejado ferir uma terceira. Conflitos entre alunos acontecem, mas esse episódio passou de qualquer limite. Há muitos pais defendendo a expulsão sumária dos dois colegas e criticando a atitude do colégio, que manteve os envolvidos em sala de aula — disse a mãe de um aluno.
Em outra mensagem do WhatsApp, a mãe do garoto que tinha a rixa com a vítima e pediu a ajuda dos colegas afirma que seu filho nunca imaginou que os dois levariam facas para a escola.
Procurada pelo GLOBO, a direção do Cruzeiro não quis falar na sexta-feira sobre o episódio. Esta semana, o colégio enviou um comunicado aos pais informando que “todas as medidas educativas e legais foram tomadas, no sentido de preservar o bem-estar de todos. Colocamo-nos à disposição para esclarecer qualquer dúvida". Na próxima semana haverá reunião com os pais do 3º ano. O Cruzeiro tem cerca de 1.500 alunos e as mensalidades custam em torno de R$ 1.800.
O conselheiro tutelar da unidade centro, Edmilson Ribeiro Costa, disse que desconhecia o caso. Ele comentou que a escola tem autonomia para tomar decisões, mas que, pela gravidade do caso, se reunirá na semana que vem com o colegiado da entidade para discutir providências:
— Por se tratar de um caso envolvendo criança com arma branca, vamos nos reunir para decidir o que fazer.
Blog rafaelrag com o portal G1
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