Adendo do blog rafaelrag. Escolas da rede estadual de Alagoa Grande estão também sem professores de Física e de outras disciplinas.
Há
mais de 40 dias do início do ano letivo na rede estadual de ensino na
Paraíba, estudantes de algumas escolas da rede estadual de municípios
como João Pessoa e Campina Grande, estão sem assistir aulas de várias
disciplinas, principalmente de Matemática, Física e Química, que compõem
as Ciências Exatas. O motivo é a falta de professores para lecionar as
matérias. Denúncias foram feitas junto ao Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep-PB) e partem
principalmente de professores classificados no último concurso público,
realizado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), mas que não foram
convocados.
O Sintep-PB ainda não contabilizou o número de denúncias recebidas,
mas segundo o diretor administrativo do sindicato, Antônio Arruda das
Neves, as reclamações chegam diariamente e correspondem a várias
unidades estudantis, como a Escola Estadual Professora Úrsula Lianza
(Epul), localizada no bairro Tambiá, em João Pessoa. A estimativa do
sindicato é que o problema afeta 40%, do total de 837 escolas estaduais.
A estudante Maria Isabela, 17 anos, que está matriculada no 1º ano,
da Epul, disse que a sua turma está com quatro horários de aula vagos
por semana, pois faltam professores das disciplinas de Química e também
Português. “Estamos todos preocupados porque esses três últimos anos são
importantíssimos para nós que estamos nos preparando para o Enem (Exame
Nacional do Ensino Médio) e vestibular. Desde o começo do ano estamos
sem professor nessas matérias e até agora nada foi feito”, relatou
insatisfeita a estudante que já está decidida a cursar Direito,
futuramente.
Conforme o diretor administrativo do Sintep-PB, o problema acarreta
grandes prejuízos para os alunos. “Esses alunos ficam em desvantagem
para concorrer com aqueles da rede privada de ensino em concursos
vestibulares, por exemplo, sem contar para a própria formação
educacional desses estudantes”, avaliou.
De acordo com Antônio Arruda, professores concursados que ainda não
foram nomeados devido à classificação, denunciam o descaso da falta de
professores e ocupação de vaga nas escolas por professores pro tempore.
“Eles alegam que enquanto aguardam ser chamados, existem professores
temporários, sem habilitação para a área, tomando a vaga de concursado.
Além disso, temos informações que nem pro tempore estão dando aula em
determinadas disciplinas.
Resumindo, tem professor habilitado para dar aula, mas faltam ser nomeados pela Secretaria de Educação”, disse.
Ainda segundo Antônio Arruda, o sindicato recebeu ainda casos
referentes à ordem de chamada para convocar os classificados no
concurso. Neste caso, o diretor orienta os candidatos a recorrerem ao
Ministério Público. O diretor questiona ainda a postura da Secretaria de
Educação perante as denúncias do sindicato.
“A secretaria disse ainda que as denúncias repassadas pelo sindicato
se caracterizavam como falta de preparo da nossa parte, onde não fazemos
jus à categoria que representamos. Isso é uma afronta para a educação”,
completou.
Em Campina Grande, o problema se repete e a coordenação regional do
Sintep-PB já verificou a falta de professores para lecionar a disciplina
de Biologia aos estudantes do ensino médio. A coordenadora regional do
sindicato, Edna Serafim, lembra que os alunos da Escola Estadual Álvaro
Gaudência, localizada no bairro das Malvinas, ficaram sem professor de
Física durante quase seis meses no ano passado. Segundo Edna, as 462
vagas destinadas a Campina Grande, no último concurso para professor do
Estado, foram insuficientes para suprir a demanda do município, que
mantém 53 escolas da rede.
“Em Campina Grande sempre houve falta de professores, e as vagas
oferecidas não consideraram a realidade das escolas estaduais”, critica
Edna Serafim. (Colaborou Katiana Ramos)
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