Número de indígenas na rede pública de ensino superior não reflete a realidade do País; conheça histórias de indígenas graduados.
Adendo do blog rafaelrag. Hoje, 19 de abril, é comemorado o dia do Índio. Quais foram as comemorações nas escolas públicas da Paraíba?
A luta dos poucos indígenas formados pelo ensino
superior brasileiro se estende ao longo de toda a graduação, onde choque
cultural, carências acumuladas desde o ensino básico e alto custo de
vida nos arredores dos campi são adversários que por muitas vezes vencem
o sonho do diploma - em alguns cursos, as taxas de evasão de alunos
indígenas chegam a 90%.
Se o acesso está mais facilitado, a permanência ainda
desafia as instituições. Segundo dados do Instituto de Inclusão no
Ensino Superior e na Pesquisa, das 125 instituições públicas no País, 63
contam com ações afirmativas voltadas aos índios. O mapeamento da
presença desses estudantes nas universidades brasileiras é recente. De
acordo com o Ministério da Educação (MEC), em 2011, eram 3.540 indígenas
entre os 1.773.315 matriculados no ensino superior público (na esfera
privada, os números ainda não estão consolidados), ou seja, um indígena a
cada 500 alunos.
O cenário dentro dos campi não reflete a realidade do
País: os indígenas brasileiros somam 896.917 de uma população total de
mais de 190 milhões - o que equivale a um índio a cada 212 habitantes de
outras etnias. A relação entre os negros é parecida: enquanto a
proporção no País é de um negro a cada 13 brasileiros, na universidade
pública, o índice é de um a cada 24 matriculados. Já no total, a cada
107 brasileiros, um está matriculado no ensino superior público.
Do advogado Luiz Henrique Eloy à recém-formada
enfermeira e desempregada Denize Leticia Marcolino, você vai conhecer,
no especial abaixo, quatro histórias de indígenas graduados pela rede
pública brasileira e saber mais sobre os desafios de manter esse público
na universidade.
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