O Programa
Ciência sem Fronteiras (CsF) terá uma nova modalidade, a Bolsa de
Desenvolvimento Tecnológico no Exterior. Diferentemente das demais
bolsas oferecidas pelo programa, ela não será destinada à formação
acadêmica, mas a especialistas, tecnólogos e efetivo técnico-científico
para o desenvolvimento de projetos de pesquisa, estudos, treinamentos e
capacitação por meio de estágios e cursos que devem durar de um a 12
meses. O programa foi anunciado no dia 17 de abril pelo governo.
O
edital ainda está sendo preparado. De acordo com o presidente do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
Glaucius Oliva, a seleção será semelhante ao dos estudantes para o CsF,
mas ao invés de apresentados pelos estudantes, os projetos serão
enviados pelas empresas e instituições de pesquisa interessadas. O
pesquisador será selecionado pela própria instituição para o curso e
continuará recebendo o salário. De acordo com Oliva, ele deve ganhar
também uma bolsa-estudo.
"O
candidato deve manter o vínculo empregatício. Além do salário, deve
receber uma bolsa para complementar o que ganha e ter condições de viver
no exterior", diz Oliva. "São pessoas que já trabalham no setor e que
podem beneficiar a empresa ou o instituto. Não está indo para fazer uma
graduação, está saindo do Brasil com um foco específico que pode ser um
sistema de automação, um sistema de controle, algo para melhorar a
qualidade da produção".
A
nova modalidade terá duas categorias, Júnior e Sênior. De acordo com o
nível do bolsista, os valores recebidos também devem ser diferentes. As
áreas beneficiadas serão as mesmas do CsF: ciências exatas - matemática,
química e biologia-; engenharias; áreas tecnológicas e da saúde. Oliva
acredita que as maiores adesões serão de micro, pequenas e médias
empresas, pelo caráter de investimento em inovação característico dessas
instituições.
Para
o presidente, a modalidade servirá de impulso para que o país cresça em
setores que estão começando a deslanchar economicamente e
tecnologicamente como a nanotecnologia - utilizada para criar novos
materiais, produtos e processos por meio da manipulação de átomos e
moléculas. Segundo o presidente, é preciso ser competitivo em áreas
estratégicas.
"Temos
que aproveitar as oportunidades que estão abertas. Se, em dez anos, não
conseguirmos entrar nesse 'trem', não conseguiremos mais. Por exemplo, o
Brasil perdeu o 'trem' dos semicondutores. É possível que tenha uma
indústria de nicho, mas dificilmente será um grande produtor", diz.
(Agência Brasil)
Blog rafaelrag
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