Adendo do blog rafaelrag. Nem sempre os estudantes de melhores notas no ENEM serão bons professores em sala de aula. Reconhecemos a falta de valorização do professor de educação básica no Brasil, mas reprovo a avaliação abaixo. Temos ótimos docentes oriundos de cursos de graduação de licenciatura. Eventualmente, há graduado sem vocação para ser professor.
Editorial Folha
Editorial Folha
Data de mais de década o diagnóstico de que a melhora do ensino público brasileiro depende de uma revalorização da profissão docente. Mestres qualificados, motivados e motivadores, são essenciais para o aprendizado.
Desse consenso nasceu a proposta de um piso salarial para professores, adotado em 2009. Hoje é de R$ 2.135,64, por 40 horas semanais. O ganho real em seis anos, descontada a inflação, foi de 46,5%.
Na média do país, o professor de educação básica com diploma de nível superior recebe R$ 2.613 mensais. Embora seja quase o triplo do salário mínimo, esse rendimento é mais baixo do que o de outros profissionais de nível superior.
Expressiva valorização houve, portanto, ainda que aquém do desejável. A possibilidade de recrutar professores entre os melhores estudantes universitários depende de salários atrativos, mas não só deles —condições de trabalho e as perspectivas profissionais também pesam.
Tudo somado e subtraído, a carreira docente ainda se acha longe de ser atraente para os melhores. Na realidade, ela continua a arregimentar alunos com notas baixas, como indicam os resultados de um levantamento acabrunhante.
O estudo foi realizado pelo Inep, instituto de pesquisa do Ministério da Educação. Um monitoramento das notas recebidas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por calouros das faculdades de pedagogia, constatou que quase um quinto não atingia nem sequer o escore mínimo de 450 pontos.
Essa pontuação equivale a responder corretamente 6 a 8 questões do exame, de um total de 45. É a nota exigida para conseguir um financiamento no Fies ou para obter um diploma de ensino médio, no caso de quem tem mais de 18 anos e está fora da escola.
Pior figura fazem os futuros professores na comparação geral com ingressantes no ensino universitário. Na média, só 9,9% do total fica abaixo dos 450 pontos, contra 19,1% dos estudantes de pedagogia. Em carreiras concorridas, como medicina, o contingente com pior desempenho cai para 1,6%.
São números a lamentar, pois significam que o Brasil se encontra numa deprimente espiral de mediocridade: alunos mais fracos transformam-se em professores que provavelmente terão dificuldade de realizar sua missão a contento.
Não basta pagar melhor. Há que investir em reciclagem profissional e estabelecer mecanismos que premiem experiências bem-sucedidas e desempenhos meritórios. É hora de aprender a ensinar, mais do que debater as teorias sobre ensino.
Blog rafaelrag
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