domingo, 9 de junho de 2013

Cidade cearense reduz salários de professores


Adendo do blog rafaelrag. Os vereadores ao invés de fiscalizar os atos administrativos do prefeito, eles estão mais preocupados em fazer uma média com a população para garantir sua reeleição. Será que os vereadores merecem receber mais do que um professor?
Em sessão tumultuada, a Câmara de vereadores do município cearense de Juazeiro do Norte aprovou projeto que reduz os salários dos professores. Na tabela do Ministério da Educação, o piso nacional da categoria é de R$ 1.567. Os contracheques de Juazeiro, que incluem gratificações, chegam a R$ 2.193. Com a aprovação do projeto, os professores amargarão perda mensal de cerca de R$ 600.



A proposta prevaleceu por 12 votos a quatro. Houve três abstenções. A sessão ocorreu na quinta-feira (6 de junho). Os vereadores tentavam deliberar desde terça. Em pé de guerra, os professores conseguiram derrubar um par de sessões. O desfecho exigiu reforço policial.



Ainda assim, os vereadores não se livraram do tumulto. Deliberaram sob vaias e agressões verbais. Para conter os manifestantes, a polícia recorreu ao cassetete e ao spray de pimenta. Vencidos, os professores prometem cruzar os braços. A proposta de redução dos vencimentos vinha sendo debatida há 15 dias.



A iniciativa partiu da prefeitura. O prefeito chama-se Raimundo Macedo (salário de R$ 25 mil). Filiado ao PMDB, ele foi eleito com o apoio do PT. Coube ao líder do governo na Câmara, Nivaldo Cabral (salário de R$ 10 mil), do DEM, fazer a defesa da lâmina. Disse que o corte nos vencimentos dos professores é imperioso porque a folha da prefeitura tornou-se “inviável”.



O presidente da Câmara, Antônio de Lunga (R$ 10 mil por mês), do PSC, dirigiu os trabalhos com pulso firme. Governista, não hesitou em bater boca com representantes da oposição ultraminoritária. O prefeito Raimundão, como é conhecido, ainda não comentou sua vitória. Ele está no estrangeiro.



Raimundão viajou na semana passada para a capital dos Estados Unidos. Junto com outros prefeitos cearenses, foi participar de evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ao desembarcar em Washington, o prefeito foi retido na alfândega. Suprema ironia: carregava mais do que os US$ 10 mil permitidos pela legislação americana. Teve de se explicar.



A assessoria de imprensa de Raimundão disse que ele passou por “rápido” interrogatório. Coisa de 20 minutos. Depois, foi liberado. Informou-se em Juazeiro que o prefeito levava nos bolsos algo como US$ 11 mil. Nessa versão, teria excedido o limite legal em US$ 1.000. Dinheiro para compras, alegou-se.



O contratempo alfandegário do prefeito não é a única ironia a tisnar a cena de Juazeiro. Há pouco mais de um mês, em 27 de abril, os mesmos vereadores que reduziram os contracheques dos professores haviam aumentado de dois para três meses o período de recesso do legislativo municipal. Fizeram isso sem cortar os salários (R$ 10 mil, em cifras aprovadas no ano passado).
Blog rafaelrag com  Josia de Souza

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