segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Encontro de Repentista no Museu-Casa de Margarida, acontece nesta segunda, 12

 A repentista Soledade participa do Encontro de Repentista no Museu-Casa de Margarida, que acontece hoje, 12 de agosto, em Alagoa Grande-PB. O evento será realizado também hoje à tarde.



Há 41 anos Margarida Maria Alves foi assassinada, em frente a sua casa, em Alagoa Grande-PB, em 12 de agosto de 1983. Naquel dia triste para todos, o professor Dr. Rafael e seu pai Manuel Rodrigues conversaram com Margarida, quando estavam indo para a fazenda Paturi.

“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”

Nascida e criada em Alagoa Grande, no Brejo Paraibano, foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade.  Lá, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, uma iniciativa que, até hoje, contribui para o desenvolvimento rural e urbano sustentável, fortalecendo a agricultura familiar.

Lutando pela defesa dos direitos dos trabalhadores sem terra, suas principais metas eram o registro em carteira de trabalho, a jornada diária de trabalho de 8 horas, 13° salário, férias e demais direitos, para que as condições de trabalho no campo pudessem ser equiparadas ao modelo urbano.

Em seus 12 anos de gestão, o Sindicato moveu mais de 600 ações trabalhistas e fez diversas denúncias, como a endereçada diretamente ao Presidente do Brasil, em 1982, João Batista Figueiredo. Infelizmente, Margarida não viveu o suficiente para ver o resultado de seu pleito. Por causa do surgimento do Plano Nacional de Reforma Agrária, a violência no campo foi intensificada por parte dos latifundiários, que não queriam perder suas terras, mesmo as improdutivas.

A partir deste momento, o trabalho de Margarida na defesa dos direitos dos trabalhadores entrou em conflito com os interesses dos latinfundiários, tornando-a uma ameaça para eles.  Em seu discurso na comemoração do  1° de maio de 1983, na cidade de Sapé, na Paraíba, ela deixou isto bem claro:“Eles não querem que vocês venham à sede porque eles estão com medo, estão com medo da nossa organização, estão com medo da nossa união, porque eles sabem que podem cair oito ou dez pessoas, mas jamais cairão todos diante da luta por aquilo que é de direito devido ao trabalhador rural, que vive marginalizado debaixo dos pés deles”.

Margarida seria assassinada três meses e onze dias após essa declaração. 
O dia de seu assassinato, 12 de agosto, é conhecido como o Dia Nacional de Luta contra a Violência no Campo e pela Reforma Agrária.

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