O Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo da Mandioca é uma das ações do Idep/UFPB. Foto: Divulgação
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através do Instituto de Desenvolvimento da Paraíba (Idep), está buscando junto à Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) firmar um termo de cooperação técnica para certificação das casas de farinha em 13 municípios paraibanos, com vistas à expansão da produção. A ação voltada para o desenvolvimento da mandiocultura é uma das iniciativas do Idep envolvendo arranjos produtivos no Estado.
A casa de farinha é o local onde se transforma a mandioca em farinha e, segundo o diretor científico e tecnológico e de integração com a sociedade do Idep, professor Carlos Alberto de Almeida Gadelha, tem um papel importante na economia e no desenvolvimento dos municípios. A proposta de acompanhamento e assistência às casas de farinha com vistas às adequações pelos estabelecimentos para certificação foi encaminhada pelo Idep/UFPB à Agevisa por meio de ofício.
“Através da intermediação da UFPB, será feita uma certificação assistida das casas de farinha que estão dentro do arranjo produtivo da mandiocultura. Com isso, eles vão poder vender a farinha nos supermercados, porque o produto passa a ter uma embalagem com selo de certificação, então eles saem da informalidade”, explica Carlos Alberto Gadelha. Hoje, essa produção é comercializada apenas em feiras públicas.
De acordo com o Idep, o arranjo produtivo da mandioca na Região da Zona da Mata Norte e do Brejo Paraibano se destaca pela sua importância para a região e para a atividade econômica do Estado. Ele abrange atualmente 11 municípios: Alagoinha, Araçagi, Jacaraú, Mamanguape, Mataraca, Mari, Pilar, Santa Rita, Rio Tinto, Sertãozinho e Sobrado.
Mas dois municípios de outras microrregiões, Teixeira e Princesa Isabel, do Sertão paraibano, também se interessaram em participar do plano de ação, totalizando 13 cidades envolvidas no projeto. A inclusão dos dois municípios sertanejos foi feita em parceria com o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) em Princesa Isabel.
O Plano de Desenvolvimento do Arranjo Produtivo da Mandioca do Idep/UFPB, uma das ações do Laboratório de Estudos e Projetos no ano passado, tem como finalidade subsidiar tecnicamente as ações do Arranjo Produtivo da Mandioca (AP da Mandioca), por meio da realização de pesquisas, estudos e da organização de informações sobre as aglomerações produtivas de mandioca existentes nas regiões da Zona da Mata Norte e do Brejo Paraibano, destacando-se aquelas com características específicas de Arranjo Produtivo Local.
O Plano propõe o alinhamento e a interação das diversas instituições públicas que atuam na promoção dos Arranjos Produtivos Locais na Paraíba, pleiteando, por meio da cooperação multi-institucional, a efetivação dos programas e das políticas de apoio ao Arranjo Produtivo da Mandioca.
O trabalho conjunto para conseguir a certificação das casas envolve UFPB, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Agevisa, as prefeituras dos municípios envolvidos e respectivas secretarias de agricultura, além dos representantes dos agricultores do arranjo da mandiocultura.
De acordo com o Idep, somente em Rio Tinto existem cerca de 20 casas de farinha, uma média de 600 pessoas trabalhando diretamente com cultura da mandioca. Segundo levantamento do Idep, o município de Mamanguape tem cerca de 300 agricultores, sendo que a maioria trabalha com o cultivo de macaxeira. Lá existem três casas de farinha, todavia uma delas está parada.
Em Mari, são cerca de 300 agricultores trabalhando com o cultivo de mandioca. O município tem três casas de farinha. Já as cidades sertanejas de Princesa Isabel e Teixeira possuem 22 casas de farinha ativas.
Alta produtividade
Um trabalho realizado pelo Idep com o Centro de Ciências Agrárias (CCA), localizado no campus de Areia, constatou potencial de aumento da produtividade da mandiocultura, informou o diretor técnico do Idep Carlos Alberto Gadelha, que é professor do Departamento de Biologia Molecular.
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Segundo ele, a produtividade da mandiocultura na região gira em torno de 14 toneladas por hectare, abaixo da média nacional, que é em torno de 30 toneladas por hectare. Porém experimentos realizados pela UFPB na região visam a melhoria da adubação, fertilidade do solo e também a escolha de variedades mais produtivas para a região, por serem mais adaptadas ao local. “Tem se desenvolvido estudos em que essa produtividade chegou a ultrapassar 30 toneladas por hectares”, informa Carlos Alberto Gadelha.
Ascom/UFPB
Blog rafaelrag
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