Crônica do professor Gildo, registrada durante a pré-campanha das eleições 2016
Adendo do blog rafaelrag.
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Alagoa Grande é uma cidade importante no cenário político e social do Estado da Paraíba, mas infelizmente passa por um dos momentos mais lamentáveis de toda a sua história. Tem parecido uma cidade acéfala ao que acontece no mundo globalizado em que vivemos. Talvez, ela seja apenas uma amostra da realidade de várias outras cidades interioranas, onde os jovens pouco se importam com a política, e quando se importam, são remetidos à desonestidades, corrupção etc.
Será que os exemplos de malversação do dinheiro público por parte dos governantes não estão permitindo essa rejeição pela política? Muitas vezes um jovem tem propostas inovadoras para serem implementadas no legislativo do seu Município, do seu Estado ou do seu País, mas não pode participar do pleito, porque acredita não ter verba suficiente para ingressar na disputa, não tem a propina, o trocado extra para "comprar" votos. E assim a política continua nas mãos dos mais abastados economicamente.
Sinceramente, já está mais do que na hora de mudarmos esses conceitos, pois o povo está perdendo o sentido de sair de suas casas para votar. Os mandatários, ou as grandes oligarquias, são pensam em si, enquanto as pessoas sofrem.
Se fizermos um comparativo com o futebol, vemos como é possível construir novos líderes. Vejamos, quase todas grandes equipes de futebol possuem suas escolinhas, onde as crianças começam a praticar aquele esporte muito cedo, dai quando está mais amadurecido passa a se entrosar com os mais experiente, podendo se tornar um titular; quiçá um ídolo daquela equipe. Assim também é na escola onde o estudante se prepara para galgar o seu futuro e o bem estar de sua família.
Por outro lado, nada disso acontece na vida política em nosso meio, o que nos deixa a nítida impressão de que as pessoas só têm a obrigação de votar e ficar sempre submissa a uma classe, onde só essa classe pode ter vez e voz; uma pura relação entre dominantes e dominados. Enquanto isso, a sociedade fica à margem daquilo que lhe é mais sublime: a participação democrática. Nesta, todos devem ter igualdade de oportunidades.
Alagoa Grande, a Paraíba e porque não dizer o Brasil precisam urgentemente de jovens na política. O nosso país, hoje, passa pela maior humilhação moral de sua história. Mas qual é o cerne da questão? A política. Fato que nos deixa convencido de que está em falta ensinamento de como ser probo com o dinheiro público, ou seja, falta de educação moral e cívica, acima de tudo, crise ética.
E por onde tudo deve começar? Claro que é no Município, pois uma grande liderança nacional ou internacional tem como seu berço inicial a sua cidade. É preciso levarmos ao nossos conterrâneos, de forma firme e concisa, o exemplo dos filhos ilustres dessa terra, dar oportunidade, tratar os de casa com zelo, para que os filhos dessa terra veja, se inspire e a partir daí comece a se interessar pela política da cidade.
O que mais está em voga no mundo atual é o chamado desapego das coisas, será que a cúpula política, já está também pensando nessa proposta e desapegar-se desse poder e passar o bastão para outros, ou iremos continuar como "Dantes no quartel de Abrantes"? Estamos ficando órfãos, sem líderes, estamos perdendo a esperança de ver a cidade crescer, desenvolver-se, e o reflexo disso está em uma só pergunta: Em que ano tivemos um alagoagrandese da "gema" administrando a nossa terra? É mais do que urgente colocarmos jovens na política, do contrário, teremos que continuar importando candidatos para administrar a sua terra, a nossa querida Alagoa Grande. No final das contas, saibamos que os bônus e os ônus são sempre nossos.
JOSÉ GILDO DE ARAÚJO
JORNALISTA
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